copia e cola, fi.
de ligiafascioni
A pregnância é uma velha conhecida no design. A idéia básica partiu dos filósofos Imanuel Kant, Wolfgang von Goethe e Ernst Mach, que diziam que a percepção era um ato unitário. Eles queriam dizer que as pessoas não percebem as coisas aos pedaços; elas organizam as informações de maneira a dar um sentido ao conjunto. No início do século passado, psicólogos conterrâneos desses senhores investiram na idéia e criaram apsicologia da Gestalt. Essa palavra alemã significa justamente “a integração das partes em oposição à soma do todo”. Sabe aquela história de que um mais um é sempre mais que dois? Pois é, vai por aí… a metáfora mais conhecida é aquela que diz que se cada uma das doze notas de uma melodia fosse ouvida por uma pessoa diferente, a soma das experiências dessa turma não corresponderia à de uma pessoa que ouvisse a melodia toda. E não é que é mesmo?
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
meditação do momento
Quando os inteligentes se unirão para o sacrifício de mexer no lixo que é a administração?
Explico-me solo un poco: É um porre de chatice ter que explicar e fazer acontecer, gerar consciência de massa, ir ali ad-minister a multidão ignorante e pretenciosa acostumada a um estado de coisas inercial. Ter a alavanca, exercer o poder da verdade, investir tempo precioso em ministrar é um ofício bisonho, ouso dizer, porque há tanto a descobrir que somente um caso de estado extremo levaria alguém em sã consciência para um trabalho chatopracaralho do nível da administração.
Melhor é ser pesquisador e ad-hoc especialista sem ocupar o tempo com mudanças culturais.
--E olha que fiquei tão nervoso olhando a Mensa Brasil, supostamente um lugar de gente inteligente. A grande constatação é que os mais incapazes são os da administração. Nada diferente do estudo feito nos EUAn em 1960 que constatou que o nível de inteligência dos estudantes de administração nas universidades norte-americanas era inferior à média de estudantes do ensino superior.
Touché.
Explico-me solo un poco: É um porre de chatice ter que explicar e fazer acontecer, gerar consciência de massa, ir ali ad-minister a multidão ignorante e pretenciosa acostumada a um estado de coisas inercial. Ter a alavanca, exercer o poder da verdade, investir tempo precioso em ministrar é um ofício bisonho, ouso dizer, porque há tanto a descobrir que somente um caso de estado extremo levaria alguém em sã consciência para um trabalho chatopracaralho do nível da administração.
Melhor é ser pesquisador e ad-hoc especialista sem ocupar o tempo com mudanças culturais.
--E olha que fiquei tão nervoso olhando a Mensa Brasil, supostamente um lugar de gente inteligente. A grande constatação é que os mais incapazes são os da administração. Nada diferente do estudo feito nos EUAn em 1960 que constatou que o nível de inteligência dos estudantes de administração nas universidades norte-americanas era inferior à média de estudantes do ensino superior.
Touché.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Palco da Vida
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá à falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você%u201D. É ter capacidade de dizer "eu te amo". É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz... E, quando você errar o caminho, recomece, pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia vou construir um castelo!
Fernando Pessoa
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples, que mora dentro de cada um de nós. É ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você%u201D. É ter capacidade de dizer "eu te amo". É ter humildade da receptividade.
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz... E, quando você errar o caminho, recomece, pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.
Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.
Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia vou construir um castelo!
Fernando Pessoa
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O Louco de Palestra
Ele sempre começa com "Eu gostaria de fazer uma colocação"
Em dezembro passado, o escritor gaúcho André Czarnobai, o Cardoso, publicou um diário na piauí intitulado “Pasfundo calipígia”. Salvo engano, foi a primeira vez em que se utilizou em letra impressa o termo “louco de palestra”. Imediatamente, a expressão ganhou densidade acadêmica e popularizou-se nos redutos universitários nacionais, encorajando loucos latentes e chamando a atenção da saúde pública para o problema.
O louco de palestra é o sujeito que, durante uma conferência, levanta a mão para perguntar algo absolutamente aleatório. Ou para fazer uma observação longa e sem sentido sobre qualquer coisa que lhe venha à mente. É a alegria dos assistentes enfastiados e o pesadelo dos oradores, que passam o evento inteiro aguardando sua inevitável manifestação, como se dispostos a enfrentar a própria Morte.
Há inúmeras categorias de loucos de palestra, que olhos e ouvidos atentos podem identificar em qualquer manifestação de cunho argumentativo-reflexivo, com a palavra franqueada ao público.
Há o louco clássico: aquele que levanta, faz uma longa explanação sobre qualquer tema, que raramente tangencia o assunto em debate, e termina sem perguntar nada de específico. Seu único objetivo é impressionar intelectualmente a plebe, inclusive o palestrante oficial. Ele sempre pede licença para “fazer uma colocação”.
Há o louco militante, que invariavelmente aproveita para culpar a exploração da classe dominante, mesmo que o tópico do debate seja arraiolo & bordado.
Há o louco desorientado, que não entendeu nada da palestra – e não vem entendendo desde a 2a série, quando a professora lhe comunicou que o Sol é maior que a Terra – e, depois de circunlóquios labirínticos, faz uma pergunta óbvia.
Há o que faz questão de encaixar no discurso a palavra “sub-repticiamente”: é o louco vernaculista.
Uma criteriosa tipificação do objeto de estudo não pode deixar de registrar o louco do complô, que, segundo integrantes do próprio complô, é “aquele que acredita que toda a imprensa se reúne de madrugada com o governo ou a oposição para pegar a mala de dinheiro”.
Ou o louco adulador, que gasta os trinta segundos que lhe foram franqueados para dizer em dez minutos como o palestrante é divino. O louco deleuziano, que não sabe o que fala, mas emprega muito a palavra “rizoma”. E o louco pobre coitado, que pede desculpas por não saber se expressar, o que não o impede de não se expressar durante minutos intermináveis.
Depois de falar “Gostaria de fazer uma colocação”, todos podem usar a expressão “na chave de...”. Como nessa típica colocação: “O jornalismo entendido na chave da sociologia é sem dúvida uma ocupação rizomática, em termos de vir-a-ser.” São poucos os que dizem que algo acontece por causa de outra coisa. É sempre “por conta” da qualquer coisa em questão.
No entender de Cardoso, é raro não haver um louco à espreita quando ele está palestrando (ou painelando, ou debatendo, ou mesmo plateiando). O mais recente de que ele tem lembrança manifestou-se num encontro de blogueiros com editores, em São Paulo. Na ocasião, um camarada que até então ouvia tudo com atenção – mas em silêncio – pediu a palavra. “Em primeiro lugar, queria dizer que não sou blogueiro, não leio blogs, não entendo nada dessas coisas, mas também tenho direito a uma opinião”, afirmou, à guisa de apresentação.
E prosseguiu, o celerado: “Sou médico comunitário, organizo saraus na periferia e quero dizer que discordo de tudo que todo mundo falou aqui. Está todo mundo puxando o saco da Companhia das Letras.”
E disse mais: “O blog da editora está muito feio. Não tem cara de blog. Tem mais cara de site, e além disso acho que ninguém quer ler sobre os bastidores de como são feitos os livros.”
Em poucos minutos, ele invalidou audaciosamente tudo o que havia sido postulado até então. É o louco de palestra majestático, que ouve a conferência com ar de superioridade e acha tudo uma grande e gorda estultice.
Um bom louco de palestra é sempre o último a falar, pois passa o tempo todo digerindo o que foi dito. Só então ele pode dar alguma declaração desvinculada do tema, equivocada, mal-intencionada ou apenas incompreensível. Para o jornalista Matinas Suzuki, o tipo contempla com desprezo o que se discute, aguarda pacientemente a sua vez e, então, discorda com virulência. “Me corrijam se eu estiver errado”, ele diz a certa altura, só para parecer democrático. “Concordo com tudo o que vocês disseram, mas ao contrário”, prossegue. Ou ainda: “A minha colocação engloba a do companheiro e vai além”, num típico comentário condescendente de loucos de assembleia.
Há que se distinguir o maluco de palestra do desvairado de assembleia estudantil ou sindical. Nesta última, não há palestrante; todos têm o direito de incluir o nome na lista de oradores e falar, sem a necessidade de se ater forçosamente a um tema.
Segundo uma enquete com personagens da época, um dos mais célebres representantes dessa categoria, na década de 70, era o Gilson, um estudante do curso noturno de economia na Universidade de São Paulo. Era um gordinho trotskista que tinha a voz fina e usava um bigode ralo. O outro era o Reinaldinho, da ciências sociais, que, qualquer que fosse o assunto, dava sempre um jeito de encaixar a frase: “O concreto é a síntese de múltiplas determinações.” É verdade. Até Marx sabia disso. Mas repetir o conceito em todas as assembleias da usp dos anos 70 nem Engels aguentaria.
Embora essas duas categorias de louco (palestra vs. assembleia) se diferenciem por motivos óbvios, existe a possibilidade de infiltração de loucos de palestra numa típica assembleia estudantil/sindical. O infiltrado, em regra, é aquele que toma o microfone à revelia de todos e anuncia: “Questão de ordem!”, ainda que a alegação não proceda. Daí em diante, a performance é livre.
São assim os loucos de palestra: audazes, imprevisíveis, implacáveis, destituídos de noção ou sentido. Cardoso também se lembra de um debate em Curitiba, quando “um senhor moreno, grisalho, com uma sacola ecológica atravessada no peito e toda a pinta de quem pratica ioga, anunciou que ‘a internet é como uma vaca mágica, de onde cada um extrai o leite que deseja’”.
Infelizmente, é só isso que ele se lembra daquela longa e bizarra colocação.
Há quem se depare com um louco contemplativo, que é dos mais difíceis de lidar. Sobretudo na primeira mediação de sua vida. Foi o que ocorreu com o escritor e editor Emilio Fraia, que, nervoso e pautado por dezenas de papéis amarelos, conduziu um debate entre o cineasta Hector Babenco e o escritor William Kennedy, no dia 11 de agosto, em São Paulo.
“Primeiro, a moça levantou a mão e disse: ‘Eu tenho uma pergunta’”, contou Emilio Fraia com a pungência de quem luta contra um quadro de estresse pós-traumático. “Então, ela disse não saber por que estava ali. Viu que haveria uma palestra e entrou.” A moça era de Minas, estava há quatro dias num quarto de hotel, sozinha. “Mas gostei muito do que o senhor Kennedy falou, de ter sido recusado por treze editoras antes de publicar. Sou artista plástica.”
Nesse instante, começaram os apupos da plateia: “Pergunta!” Intrépida, ela não fez caso: “Tenho um trabalho baseado em cores e...” Apupos, apupos.
Ao término do arrazoado, Fraia não conseguiu esboçar reação. Ficou vermelho. Paralisado. “Até que a palestra encerrou-se por si só. Foi o fim, nada mais poderia acontecer após aquela intervenção”, relata.
Outra recente ocorrência de louco contemplativo deu-se numa palestra da escritora Fred Vargas, no Rio de Janeiro, acerca do caso Cesare Battisti. Um sujeito pediu a palavra e falou vinte minutos sobre a sua militância no Nordeste, nos anos 50, sem pronunciar nem uma vez o nome do Battisti.
Com esse tipo de maluco em vista, o cartunista Laerte Coutinho confessou imaginar o que restaria daquela experiência para o sujeito, o louco propriamente dito. “Acho que tudo se reduz à sua própria intervenção”, filosofou Laerte. E emendou uma teoria: dos debates, o louco de palestra deve se lembrar tão somente da sua performance. “Lembra aquela vez, em Curitiba, quando eu levantei a mão e comparei a internet a uma vaca mágica?”, diria o sujeito, satisfeitíssimo, numa reunião de um hipotético Grupo Unificado de Apoio aos Loucos de Palestra, o gulp.
O que poucos sabem é que a origem do louco de palestra remonta à história do pensamento. “Acho que ele surgiu pela primeira vez na Ágora grega: a democracia está cheia de loucos de palestra”, postula o editor Milton Ohata.
Na peça As Nuvens (423 a.C.), o dramaturgo Aristófanes, por exemplo, faz chacota dos sofistas – os loucos de palestra mais insignes da Grécia Clássica. Naquele tempo, já existiam “profetas, quiropráticos, mocinhos cabeludos, poetas ditirâmbicos, astrólogos, charlatões, impostores e muitos outros mais”, diz o texto. Gente que se rendia ao arrebatamento do discurso e à volúpia da articulação, um bando de consumados tratantes, palavrosos e descarados. Tais como Cairefonte, discípulo de Sócrates, que levantou certa vez a mão e perguntou ao mestre qual das duas era a teoria certa: “O mosquito, ao zumbir, se utiliza da boca ou justamente do contrário?”
Na antiga Palestina, talvez durante o Sermão da Montanha, devia haver loucos de palestra prontos para agir. Uma das perguntas lançadas ao Filho de Deus, e omitida dos registros canônicos, teria sido: “E aí, o que está achando de Cafarnaum?”
Especulações à parte, uma coisa é certa: foi um louco de palestra fariseu que abordou o Messias com uma pergunta mal-intencionada, e que recebeu como resposta: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Uma reação divina ao interlocutor maledicente.
O que nos leva ao difícil papel do mediador. É sabido que, diante de um louco de palestra, ele tem poucas opções. Uma é dirigir-se a uma rota de fuga predeterminada, levando os braços ao ar e abandonando o público à própria sorte. A segunda é a solução escolhida por Emilio Fraia: a completa e resignada paralisação, seguida de conclusão precoce do seminário e aceitação da ruína. Numa variante pouco mais elegante, o mediador pode emitir um constrangido “Fica aí a pergunta”, e encerrar a palestra com certo ar de mistério.
A terceira saída é se fingir de louco e ignorar a intervenção por completo. A tática é defendida por oradores calejados como o jornalista Humberto Werneck. Durante um papo sobre seu livro O Santo Sujo, em Belo Horizonte, um rapaz pediu a palavra e não fez pergunta alguma – divagou sobre coisas que ninguém entendeu. “Acho que era doidinho, e não fiz mal em esperar que esvaziasse a piscina verbal. Levou vários minutos. O cara terminou sem ponto de interrogação. Agradeci a participação e fui ao perguntador seguinte”, conta, sem constrangimento.
A quarta e última reação possível é a mais artística e profissional de todas. No domínio dessa técnica estão mediadores experientes como o crítico de arte Alberto Tassinari. Ele diz ter muita paciência quando um louco desses se pronuncia, “pois sempre bate em algum lugar respondível e o diálogo fica tremulando entre sua racionalidade intrínseca e sua irracionalidade que vem de fora, fora de hora e quase inutilizando tudo”.
O professor Samuel Titan Jr., da usp, é do mesmo time. “Meu louco favorito começa pedindo para fazer uma colocação e embarca imediatamente na autopromoção, que pode ser pseudoacadêmica, pseudoliterária ou de fundo ressentido (nas variantes de raça, sexo, classe, opção sexual ou todas as anteriores)”, revela, com a sabedoria advinda da experiência.
Nesses casos, ele recomenda que a única saída para se livrar da situação é “responder alguma coisa que não tenha nada a ver com o que ele disse e que tenha alguma coisa a ver com o que você tinha tentado dizer, tudo isso olhando no olho da criatura e usando cá e lá umas palavras difíceis, que é pra ver se o bicho se intimida – em geral, nem um pouco”.
É preciso encarar essas coisas filosoficamente, pondera Titan, que há poucos meses teve que enfrentar um belo exemplar da espécie.
O episódio ocorreu em 25 de março, na Casa do Saber, em São Paulo, num debate sobre ensaísmo. Estavam presentes o arquiteto Guilherme Wisnik, o artista plástico Nuno Ramos, Matinas Suzuki Jr. e, como mediador, Samuel Titan Jr.
A gravação em vídeo do colóquio é uma verdadeira obra-prima tragicômica. Por um feliz acaso, a câmera permanece focada nos quatro palestrantes durante a longa peroração de uma moça da plateia, que deve ter tomado fôlego antes de se levantar. Cada um dos intelectuais supracitados reage à sua maneira, coçando a cabeça, esfregando o nariz, olhando pra cima e tentando desesperadamente manter a compostura diante de ocorrência tão alarmante.
A intervenção se dá em dois tempos. No primeiro, que dura quase cinco minutos corridos, a moça expõe a sua verve: “A minha pergunta é sobre lugares e fronteiras”, inicia, num tom didático que pressupunha prévia reflexão sobre o tópico. “Eu vejo o ensaio como um espírito livre do pensamento expresso na forma escrita. Então acho que ele merecia um lugar de destaque, mas pelo que eu vejo da discussão, do debate entre vocês, há uma questão do lugar e das fronteiras, quando se fala num lugar chamado ‘entre nós’, ou quando se fala no Brasil, no mundo e, indo mais além ainda dessas fronteiras, na própria realidade.”
Dominado por um compreensível reflexo instintivo, Nuno Ramos passa a beber água compulsivamente. Samuel Titan alterna vigorosas coçadas de cabeça a uma distraída extração da pele ao redor das unhas. No coração de todos, a esperança de que a pergunta não tardará. A moça prossegue: “Eu vejo o ensaio como esse espírito livre do pensamento escrito porque ele vai além do pensamento escrito, chegando na realidade, com toda essa liberdade de conexões intertemas, e não só temas intelectuais ou conceituais ou acadêmicos, mas os próprios acontecimentos da realidade.”
Curiosamente, os quatro palestrantes decidem apoiar-se no cotovelo esquerdo, recostam-se nas cadeiras e cruzam os braços, como que tentando se defender da avalanche de conceitos que lhes são atirados impiedosamente.
E a moça vai em frente: “Então vejo uma maneira de resolver esses dilemas, essas questões que foram apresentadas, e me atendo ao que foi debatido entre vocês, que os ensaístas deveriam eles mesmos se colocar como espíritos livres.”
Sublinhe-se que ela faz referência à discussão e promete se ater ao que foi debatido, como se procurasse despistar a audiência. Dito isso, segue em frente: “Criar como que uma onda, o ensaio como uma pedra que cai na água e gera ondas não só daquilo a que ele se propõe, mas indo além. Indo além da própria subjetividade de quem escreve, ou do próprio arsenal de conhecimento acadêmico restrito, então o próprio ensaio brasileiro precisa adotar a postura de quebrar essa fronteira e se colocar como um ponto de convergência de forças que estão presentes no mundo hoje, tanto politicamente, como literariamente, cientificamente, artisticamente.”
Depois daquela peroração sem perguntas, Samuel Titan interrompe a moça e faz o que pode para encaminhar o debate. Os palestrantes comentam uma suposta “zona de conforto” no ensaísmo brasileiro, termo que a moça citou a esmo, dentro de um contexto só dela. O debate parece que vai engrenar. Que nada: num momento de deslize do mediador, a moça da plateia leva a melhor e consegue retomar o raciocínio: “Tenho visto coisas riquíssimas”, ela interrompe, e torna a abusar de advérbios: politicamente, literariamente, cientificamente.
É o segundo momento de sua dissertação, quando, em resumo, ela conclui que é preciso cultivar um ensaio “que também se dilui, também luta sub-repticiamente. Tem que haver uma coragem de sair da zona de conforto, quebrar essas fronteiras pra conseguir criar novas fronteiras, realmente fazer diferença na realidade”. Assim é encerrada a sua fala e, com ela, o debate.
De tanto ver Nuno Ramos bebendo água temeu-se que ele pudesse ter uma congestão.
A lenda é difusa, mas deve ter ocorrido nos anos 60, durante uma aula do professor Bento Prado Jr., na rua Maria Antônia. Terminada a explanação, em que o docente citou o filósofo Plotino várias vezes, um aluno respeitosamente levantou a mão e disparou: “Com licença, professor. Esse Plotino aí não seria o Platão, não?” Ao que o mestre respondeu: “Não, cretão.”
Como prova de que os tempos mudam, mas os loucos continuam, o escritor Antonio Prata relembra um doido recente da usp. Sua alcunha: Santo Agostinho. “Era um cabeludo, barbudo, meio sujão, sempre chegava com uns jornais que a gente não sabia se estava lendo ou se tinha dormido com eles”, descreve. O sujeito tinha lido uma única coisa na vida: Santo Agostinho. “E não importava qual fosse a aula, não importava quanto tempo ele tivesse que esperar, em alguma hora ele achava a ligação. Não fazia uma pergunta, ele vomitava: “Professor, professor, isso aí que você está falando de – Descartes – Platão – Adorno – neo-liberalismo – assentamento – greve – filtro solar – não tem a ver com aquele conceito do Santo Agostinho?”
É o louco monotemático, de tendência obsessivo-compulsiva.
Vale observar que nem as grandes personalidades estão imunes ao ataque verbal de um desatinado espectador. Conta-se que, durante uma reunião da esquerda latino-americana em Paris, na época das ditaduras militares, um louco de palestra investiu contra o escritor Mario Vargas Llosa. Da plateia, um barbudão levantou e vociferou: Mientras Obregón se moria en la selva por el pueblo peruano, tu, que hacias?
O público silenciou. Sem se abalar, Vargas Llosa respondeu que dava aulas de literatura espanhola numa universidade. E devolveu a pergunta: Y tu, que hacias?
Yo tenía la hepatitis, disse o barbudão.
Uma categoria popular é a do louco lírico. “É o cara que, a todo custo, quer ler um poema, um conto, o primeiro capítulo de um romance. Já aconteceu de pegarem o microfone da minha mão e saírem soltando o verbo”, disse o escritor Marcelino Freire. Para ele, os poetas são os piores: estão sempre pedindo a voz.
O cartunista Laerte aprecia em particular o louco superespecialista, que conhece o seu próprio trabalho melhor que você, e aponta incoerências e contradições no que acabou de ser dito. Esse tipo pode trazer proventos vantajosos e é até possível forjar um deles para atuar em sua própria palestra – o sujeito levanta a mão e diz que certamente naquele trecho você fez uma referência velada à noção de witzelsucht tal qual é discutida em Heidegger. Gênio, grande pensador, você emite um “arrã” de modéstia e segue para a próxima pergunta.
Para o crítico Rodrigo Naves, que ministra um curso livre de história da arte em São Paulo, os doidos mais comuns são os carentes, que se põem a falar de seus problemas afetivos, existenciais, mercadológicos. “Tem um oriental que já vi se pronunciar em três ocasiões diferentes”, conta, ele mesmo um ocasional louco de palestra, do tipo agressivo, se bem que em recuperação. Houve uma vez em que Naves se ergueu da cadeira e, indignado com a opinião do palestrante, disse: “Não, não, não, não. Não, não, não”, como só um bom profissional do ramo conseguiria exprimir.
Há um subgênero de louco latente que, no entender do jornalista Elio Gaspari, é aquele que vai para as conferências, ouve tudo com atenção, mas o negócio dele é a comida oferecida ao final do evento. “Conheci um elegantíssimo, nos Estados Unidos, que ia de terno jaquetão. A piada era que um dia ele faria uma pergunta recitando todas as palestras que ouvira”, conta.
O mais recente registro formal de um louco de palestra ocorreu no último dia 10 de agosto, após um bate-papo com os cartunistas Gilbert Shelton e Robert Crumb, em São Paulo.
A intervenção abilolada saiu nas páginas do Estado de S. Paulo, registrada por Jotabê Medeiros: “Um maluco gritou lá de cima do mezanino perguntando qual seria a personalidade morta que Crumb elegeria para tomar uma cerveja consigo.” Crumb retrucou: “Não tomo cerveja com gente morta. Na verdade, nem tomo cerveja.” Em outro momento da noite, o cartunista pediu que um fã dominasse seus ânimos. “‘Shutupfuckoff!’, rosnou, e o menino riu.”
Bem-aventurado é o louco anônimo, o louco voluntário, o que se levanta indômito no meio da palestra e parte rumo à consagração. Amaldiçoadas sejam as perguntas por escrito, as regras contra a manifestação do público, o apupo impaciente, a placa de aplausos obrigatórios, as pessoas que jogam tomates em quem está atrapalhando o andamento da coisa.
Amaldiçoado seja o antropólogo Claude Lévi-Strauss, que no livro Minhas Palavras agradece aos alunos por suas reações “mudas, mas perceptíveis” que lhe permitiram desenvolver o pensamento sem grandes atropelos.
Viva aquele que comparece a palestras apenas para matar o tempo, e que ainda assim não perde a chance de se expressar, pois que é interessado em dividir suas opiniões com os outros seres. Viva a falta de noção, de vergonha e de respeito às autoridades presentes.
Todos têm um louco de palestra dentro de si, esperando para aflorar. Somos apenas reprimidos pelos grilhões da compostura, da sanidade mental e da idade adulta, o que nos impossibilita de protagonizar, em conferências, grandes momentos da história da argumentação humana – como quando, na Flipinha de 2005, um ouvinte de 5 anos de idade levantou a mão e perguntou ao escritor Luis Fernando Veríssimo: “Você gosta de suco de uva?"
Por Vanessa Bárbara, escritora, colaboradora da Piauí. Via Twitter. Versão original aqui.
O louco de palestra é o sujeito que, durante uma conferência, levanta a mão para perguntar algo absolutamente aleatório. Ou para fazer uma observação longa e sem sentido sobre qualquer coisa que lhe venha à mente. É a alegria dos assistentes enfastiados e o pesadelo dos oradores, que passam o evento inteiro aguardando sua inevitável manifestação, como se dispostos a enfrentar a própria Morte.
Há inúmeras categorias de loucos de palestra, que olhos e ouvidos atentos podem identificar em qualquer manifestação de cunho argumentativo-reflexivo, com a palavra franqueada ao público.
Há o louco clássico: aquele que levanta, faz uma longa explanação sobre qualquer tema, que raramente tangencia o assunto em debate, e termina sem perguntar nada de específico. Seu único objetivo é impressionar intelectualmente a plebe, inclusive o palestrante oficial. Ele sempre pede licença para “fazer uma colocação”.
Há o louco militante, que invariavelmente aproveita para culpar a exploração da classe dominante, mesmo que o tópico do debate seja arraiolo & bordado.
Há o louco desorientado, que não entendeu nada da palestra – e não vem entendendo desde a 2a série, quando a professora lhe comunicou que o Sol é maior que a Terra – e, depois de circunlóquios labirínticos, faz uma pergunta óbvia.
Há o que faz questão de encaixar no discurso a palavra “sub-repticiamente”: é o louco vernaculista.
Uma criteriosa tipificação do objeto de estudo não pode deixar de registrar o louco do complô, que, segundo integrantes do próprio complô, é “aquele que acredita que toda a imprensa se reúne de madrugada com o governo ou a oposição para pegar a mala de dinheiro”.
Ou o louco adulador, que gasta os trinta segundos que lhe foram franqueados para dizer em dez minutos como o palestrante é divino. O louco deleuziano, que não sabe o que fala, mas emprega muito a palavra “rizoma”. E o louco pobre coitado, que pede desculpas por não saber se expressar, o que não o impede de não se expressar durante minutos intermináveis.
Depois de falar “Gostaria de fazer uma colocação”, todos podem usar a expressão “na chave de...”. Como nessa típica colocação: “O jornalismo entendido na chave da sociologia é sem dúvida uma ocupação rizomática, em termos de vir-a-ser.” São poucos os que dizem que algo acontece por causa de outra coisa. É sempre “por conta” da qualquer coisa em questão.
No entender de Cardoso, é raro não haver um louco à espreita quando ele está palestrando (ou painelando, ou debatendo, ou mesmo plateiando). O mais recente de que ele tem lembrança manifestou-se num encontro de blogueiros com editores, em São Paulo. Na ocasião, um camarada que até então ouvia tudo com atenção – mas em silêncio – pediu a palavra. “Em primeiro lugar, queria dizer que não sou blogueiro, não leio blogs, não entendo nada dessas coisas, mas também tenho direito a uma opinião”, afirmou, à guisa de apresentação.
E prosseguiu, o celerado: “Sou médico comunitário, organizo saraus na periferia e quero dizer que discordo de tudo que todo mundo falou aqui. Está todo mundo puxando o saco da Companhia das Letras.”
E disse mais: “O blog da editora está muito feio. Não tem cara de blog. Tem mais cara de site, e além disso acho que ninguém quer ler sobre os bastidores de como são feitos os livros.”
Em poucos minutos, ele invalidou audaciosamente tudo o que havia sido postulado até então. É o louco de palestra majestático, que ouve a conferência com ar de superioridade e acha tudo uma grande e gorda estultice.
Um bom louco de palestra é sempre o último a falar, pois passa o tempo todo digerindo o que foi dito. Só então ele pode dar alguma declaração desvinculada do tema, equivocada, mal-intencionada ou apenas incompreensível. Para o jornalista Matinas Suzuki, o tipo contempla com desprezo o que se discute, aguarda pacientemente a sua vez e, então, discorda com virulência. “Me corrijam se eu estiver errado”, ele diz a certa altura, só para parecer democrático. “Concordo com tudo o que vocês disseram, mas ao contrário”, prossegue. Ou ainda: “A minha colocação engloba a do companheiro e vai além”, num típico comentário condescendente de loucos de assembleia.
Há que se distinguir o maluco de palestra do desvairado de assembleia estudantil ou sindical. Nesta última, não há palestrante; todos têm o direito de incluir o nome na lista de oradores e falar, sem a necessidade de se ater forçosamente a um tema.
Segundo uma enquete com personagens da época, um dos mais célebres representantes dessa categoria, na década de 70, era o Gilson, um estudante do curso noturno de economia na Universidade de São Paulo. Era um gordinho trotskista que tinha a voz fina e usava um bigode ralo. O outro era o Reinaldinho, da ciências sociais, que, qualquer que fosse o assunto, dava sempre um jeito de encaixar a frase: “O concreto é a síntese de múltiplas determinações.” É verdade. Até Marx sabia disso. Mas repetir o conceito em todas as assembleias da usp dos anos 70 nem Engels aguentaria.
Embora essas duas categorias de louco (palestra vs. assembleia) se diferenciem por motivos óbvios, existe a possibilidade de infiltração de loucos de palestra numa típica assembleia estudantil/sindical. O infiltrado, em regra, é aquele que toma o microfone à revelia de todos e anuncia: “Questão de ordem!”, ainda que a alegação não proceda. Daí em diante, a performance é livre.
São assim os loucos de palestra: audazes, imprevisíveis, implacáveis, destituídos de noção ou sentido. Cardoso também se lembra de um debate em Curitiba, quando “um senhor moreno, grisalho, com uma sacola ecológica atravessada no peito e toda a pinta de quem pratica ioga, anunciou que ‘a internet é como uma vaca mágica, de onde cada um extrai o leite que deseja’”.
Infelizmente, é só isso que ele se lembra daquela longa e bizarra colocação.
Há quem se depare com um louco contemplativo, que é dos mais difíceis de lidar. Sobretudo na primeira mediação de sua vida. Foi o que ocorreu com o escritor e editor Emilio Fraia, que, nervoso e pautado por dezenas de papéis amarelos, conduziu um debate entre o cineasta Hector Babenco e o escritor William Kennedy, no dia 11 de agosto, em São Paulo.
“Primeiro, a moça levantou a mão e disse: ‘Eu tenho uma pergunta’”, contou Emilio Fraia com a pungência de quem luta contra um quadro de estresse pós-traumático. “Então, ela disse não saber por que estava ali. Viu que haveria uma palestra e entrou.” A moça era de Minas, estava há quatro dias num quarto de hotel, sozinha. “Mas gostei muito do que o senhor Kennedy falou, de ter sido recusado por treze editoras antes de publicar. Sou artista plástica.”
Nesse instante, começaram os apupos da plateia: “Pergunta!” Intrépida, ela não fez caso: “Tenho um trabalho baseado em cores e...” Apupos, apupos.
Ao término do arrazoado, Fraia não conseguiu esboçar reação. Ficou vermelho. Paralisado. “Até que a palestra encerrou-se por si só. Foi o fim, nada mais poderia acontecer após aquela intervenção”, relata.
Outra recente ocorrência de louco contemplativo deu-se numa palestra da escritora Fred Vargas, no Rio de Janeiro, acerca do caso Cesare Battisti. Um sujeito pediu a palavra e falou vinte minutos sobre a sua militância no Nordeste, nos anos 50, sem pronunciar nem uma vez o nome do Battisti.
Com esse tipo de maluco em vista, o cartunista Laerte Coutinho confessou imaginar o que restaria daquela experiência para o sujeito, o louco propriamente dito. “Acho que tudo se reduz à sua própria intervenção”, filosofou Laerte. E emendou uma teoria: dos debates, o louco de palestra deve se lembrar tão somente da sua performance. “Lembra aquela vez, em Curitiba, quando eu levantei a mão e comparei a internet a uma vaca mágica?”, diria o sujeito, satisfeitíssimo, numa reunião de um hipotético Grupo Unificado de Apoio aos Loucos de Palestra, o gulp.
O que poucos sabem é que a origem do louco de palestra remonta à história do pensamento. “Acho que ele surgiu pela primeira vez na Ágora grega: a democracia está cheia de loucos de palestra”, postula o editor Milton Ohata.
Na peça As Nuvens (423 a.C.), o dramaturgo Aristófanes, por exemplo, faz chacota dos sofistas – os loucos de palestra mais insignes da Grécia Clássica. Naquele tempo, já existiam “profetas, quiropráticos, mocinhos cabeludos, poetas ditirâmbicos, astrólogos, charlatões, impostores e muitos outros mais”, diz o texto. Gente que se rendia ao arrebatamento do discurso e à volúpia da articulação, um bando de consumados tratantes, palavrosos e descarados. Tais como Cairefonte, discípulo de Sócrates, que levantou certa vez a mão e perguntou ao mestre qual das duas era a teoria certa: “O mosquito, ao zumbir, se utiliza da boca ou justamente do contrário?”
Na antiga Palestina, talvez durante o Sermão da Montanha, devia haver loucos de palestra prontos para agir. Uma das perguntas lançadas ao Filho de Deus, e omitida dos registros canônicos, teria sido: “E aí, o que está achando de Cafarnaum?”
Especulações à parte, uma coisa é certa: foi um louco de palestra fariseu que abordou o Messias com uma pergunta mal-intencionada, e que recebeu como resposta: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Uma reação divina ao interlocutor maledicente.
O que nos leva ao difícil papel do mediador. É sabido que, diante de um louco de palestra, ele tem poucas opções. Uma é dirigir-se a uma rota de fuga predeterminada, levando os braços ao ar e abandonando o público à própria sorte. A segunda é a solução escolhida por Emilio Fraia: a completa e resignada paralisação, seguida de conclusão precoce do seminário e aceitação da ruína. Numa variante pouco mais elegante, o mediador pode emitir um constrangido “Fica aí a pergunta”, e encerrar a palestra com certo ar de mistério.
A terceira saída é se fingir de louco e ignorar a intervenção por completo. A tática é defendida por oradores calejados como o jornalista Humberto Werneck. Durante um papo sobre seu livro O Santo Sujo, em Belo Horizonte, um rapaz pediu a palavra e não fez pergunta alguma – divagou sobre coisas que ninguém entendeu. “Acho que era doidinho, e não fiz mal em esperar que esvaziasse a piscina verbal. Levou vários minutos. O cara terminou sem ponto de interrogação. Agradeci a participação e fui ao perguntador seguinte”, conta, sem constrangimento.
A quarta e última reação possível é a mais artística e profissional de todas. No domínio dessa técnica estão mediadores experientes como o crítico de arte Alberto Tassinari. Ele diz ter muita paciência quando um louco desses se pronuncia, “pois sempre bate em algum lugar respondível e o diálogo fica tremulando entre sua racionalidade intrínseca e sua irracionalidade que vem de fora, fora de hora e quase inutilizando tudo”.
O professor Samuel Titan Jr., da usp, é do mesmo time. “Meu louco favorito começa pedindo para fazer uma colocação e embarca imediatamente na autopromoção, que pode ser pseudoacadêmica, pseudoliterária ou de fundo ressentido (nas variantes de raça, sexo, classe, opção sexual ou todas as anteriores)”, revela, com a sabedoria advinda da experiência.
Nesses casos, ele recomenda que a única saída para se livrar da situação é “responder alguma coisa que não tenha nada a ver com o que ele disse e que tenha alguma coisa a ver com o que você tinha tentado dizer, tudo isso olhando no olho da criatura e usando cá e lá umas palavras difíceis, que é pra ver se o bicho se intimida – em geral, nem um pouco”.
É preciso encarar essas coisas filosoficamente, pondera Titan, que há poucos meses teve que enfrentar um belo exemplar da espécie.
O episódio ocorreu em 25 de março, na Casa do Saber, em São Paulo, num debate sobre ensaísmo. Estavam presentes o arquiteto Guilherme Wisnik, o artista plástico Nuno Ramos, Matinas Suzuki Jr. e, como mediador, Samuel Titan Jr.
A gravação em vídeo do colóquio é uma verdadeira obra-prima tragicômica. Por um feliz acaso, a câmera permanece focada nos quatro palestrantes durante a longa peroração de uma moça da plateia, que deve ter tomado fôlego antes de se levantar. Cada um dos intelectuais supracitados reage à sua maneira, coçando a cabeça, esfregando o nariz, olhando pra cima e tentando desesperadamente manter a compostura diante de ocorrência tão alarmante.
A intervenção se dá em dois tempos. No primeiro, que dura quase cinco minutos corridos, a moça expõe a sua verve: “A minha pergunta é sobre lugares e fronteiras”, inicia, num tom didático que pressupunha prévia reflexão sobre o tópico. “Eu vejo o ensaio como um espírito livre do pensamento expresso na forma escrita. Então acho que ele merecia um lugar de destaque, mas pelo que eu vejo da discussão, do debate entre vocês, há uma questão do lugar e das fronteiras, quando se fala num lugar chamado ‘entre nós’, ou quando se fala no Brasil, no mundo e, indo mais além ainda dessas fronteiras, na própria realidade.”
Dominado por um compreensível reflexo instintivo, Nuno Ramos passa a beber água compulsivamente. Samuel Titan alterna vigorosas coçadas de cabeça a uma distraída extração da pele ao redor das unhas. No coração de todos, a esperança de que a pergunta não tardará. A moça prossegue: “Eu vejo o ensaio como esse espírito livre do pensamento escrito porque ele vai além do pensamento escrito, chegando na realidade, com toda essa liberdade de conexões intertemas, e não só temas intelectuais ou conceituais ou acadêmicos, mas os próprios acontecimentos da realidade.”
Curiosamente, os quatro palestrantes decidem apoiar-se no cotovelo esquerdo, recostam-se nas cadeiras e cruzam os braços, como que tentando se defender da avalanche de conceitos que lhes são atirados impiedosamente.
E a moça vai em frente: “Então vejo uma maneira de resolver esses dilemas, essas questões que foram apresentadas, e me atendo ao que foi debatido entre vocês, que os ensaístas deveriam eles mesmos se colocar como espíritos livres.”
Sublinhe-se que ela faz referência à discussão e promete se ater ao que foi debatido, como se procurasse despistar a audiência. Dito isso, segue em frente: “Criar como que uma onda, o ensaio como uma pedra que cai na água e gera ondas não só daquilo a que ele se propõe, mas indo além. Indo além da própria subjetividade de quem escreve, ou do próprio arsenal de conhecimento acadêmico restrito, então o próprio ensaio brasileiro precisa adotar a postura de quebrar essa fronteira e se colocar como um ponto de convergência de forças que estão presentes no mundo hoje, tanto politicamente, como literariamente, cientificamente, artisticamente.”
Depois daquela peroração sem perguntas, Samuel Titan interrompe a moça e faz o que pode para encaminhar o debate. Os palestrantes comentam uma suposta “zona de conforto” no ensaísmo brasileiro, termo que a moça citou a esmo, dentro de um contexto só dela. O debate parece que vai engrenar. Que nada: num momento de deslize do mediador, a moça da plateia leva a melhor e consegue retomar o raciocínio: “Tenho visto coisas riquíssimas”, ela interrompe, e torna a abusar de advérbios: politicamente, literariamente, cientificamente.
É o segundo momento de sua dissertação, quando, em resumo, ela conclui que é preciso cultivar um ensaio “que também se dilui, também luta sub-repticiamente. Tem que haver uma coragem de sair da zona de conforto, quebrar essas fronteiras pra conseguir criar novas fronteiras, realmente fazer diferença na realidade”. Assim é encerrada a sua fala e, com ela, o debate.
De tanto ver Nuno Ramos bebendo água temeu-se que ele pudesse ter uma congestão.
A lenda é difusa, mas deve ter ocorrido nos anos 60, durante uma aula do professor Bento Prado Jr., na rua Maria Antônia. Terminada a explanação, em que o docente citou o filósofo Plotino várias vezes, um aluno respeitosamente levantou a mão e disparou: “Com licença, professor. Esse Plotino aí não seria o Platão, não?” Ao que o mestre respondeu: “Não, cretão.”
Como prova de que os tempos mudam, mas os loucos continuam, o escritor Antonio Prata relembra um doido recente da usp. Sua alcunha: Santo Agostinho. “Era um cabeludo, barbudo, meio sujão, sempre chegava com uns jornais que a gente não sabia se estava lendo ou se tinha dormido com eles”, descreve. O sujeito tinha lido uma única coisa na vida: Santo Agostinho. “E não importava qual fosse a aula, não importava quanto tempo ele tivesse que esperar, em alguma hora ele achava a ligação. Não fazia uma pergunta, ele vomitava: “Professor, professor, isso aí que você está falando de – Descartes – Platão – Adorno – neo-liberalismo – assentamento – greve – filtro solar – não tem a ver com aquele conceito do Santo Agostinho?”
É o louco monotemático, de tendência obsessivo-compulsiva.
Vale observar que nem as grandes personalidades estão imunes ao ataque verbal de um desatinado espectador. Conta-se que, durante uma reunião da esquerda latino-americana em Paris, na época das ditaduras militares, um louco de palestra investiu contra o escritor Mario Vargas Llosa. Da plateia, um barbudão levantou e vociferou: Mientras Obregón se moria en la selva por el pueblo peruano, tu, que hacias?
O público silenciou. Sem se abalar, Vargas Llosa respondeu que dava aulas de literatura espanhola numa universidade. E devolveu a pergunta: Y tu, que hacias?
Yo tenía la hepatitis, disse o barbudão.
Uma categoria popular é a do louco lírico. “É o cara que, a todo custo, quer ler um poema, um conto, o primeiro capítulo de um romance. Já aconteceu de pegarem o microfone da minha mão e saírem soltando o verbo”, disse o escritor Marcelino Freire. Para ele, os poetas são os piores: estão sempre pedindo a voz.
O cartunista Laerte aprecia em particular o louco superespecialista, que conhece o seu próprio trabalho melhor que você, e aponta incoerências e contradições no que acabou de ser dito. Esse tipo pode trazer proventos vantajosos e é até possível forjar um deles para atuar em sua própria palestra – o sujeito levanta a mão e diz que certamente naquele trecho você fez uma referência velada à noção de witzelsucht tal qual é discutida em Heidegger. Gênio, grande pensador, você emite um “arrã” de modéstia e segue para a próxima pergunta.
Para o crítico Rodrigo Naves, que ministra um curso livre de história da arte em São Paulo, os doidos mais comuns são os carentes, que se põem a falar de seus problemas afetivos, existenciais, mercadológicos. “Tem um oriental que já vi se pronunciar em três ocasiões diferentes”, conta, ele mesmo um ocasional louco de palestra, do tipo agressivo, se bem que em recuperação. Houve uma vez em que Naves se ergueu da cadeira e, indignado com a opinião do palestrante, disse: “Não, não, não, não. Não, não, não”, como só um bom profissional do ramo conseguiria exprimir.
Há um subgênero de louco latente que, no entender do jornalista Elio Gaspari, é aquele que vai para as conferências, ouve tudo com atenção, mas o negócio dele é a comida oferecida ao final do evento. “Conheci um elegantíssimo, nos Estados Unidos, que ia de terno jaquetão. A piada era que um dia ele faria uma pergunta recitando todas as palestras que ouvira”, conta.
O mais recente registro formal de um louco de palestra ocorreu no último dia 10 de agosto, após um bate-papo com os cartunistas Gilbert Shelton e Robert Crumb, em São Paulo.
A intervenção abilolada saiu nas páginas do Estado de S. Paulo, registrada por Jotabê Medeiros: “Um maluco gritou lá de cima do mezanino perguntando qual seria a personalidade morta que Crumb elegeria para tomar uma cerveja consigo.” Crumb retrucou: “Não tomo cerveja com gente morta. Na verdade, nem tomo cerveja.” Em outro momento da noite, o cartunista pediu que um fã dominasse seus ânimos. “‘Shutupfuckoff!’, rosnou, e o menino riu.”
Bem-aventurado é o louco anônimo, o louco voluntário, o que se levanta indômito no meio da palestra e parte rumo à consagração. Amaldiçoadas sejam as perguntas por escrito, as regras contra a manifestação do público, o apupo impaciente, a placa de aplausos obrigatórios, as pessoas que jogam tomates em quem está atrapalhando o andamento da coisa.
Amaldiçoado seja o antropólogo Claude Lévi-Strauss, que no livro Minhas Palavras agradece aos alunos por suas reações “mudas, mas perceptíveis” que lhe permitiram desenvolver o pensamento sem grandes atropelos.
Viva aquele que comparece a palestras apenas para matar o tempo, e que ainda assim não perde a chance de se expressar, pois que é interessado em dividir suas opiniões com os outros seres. Viva a falta de noção, de vergonha e de respeito às autoridades presentes.
Todos têm um louco de palestra dentro de si, esperando para aflorar. Somos apenas reprimidos pelos grilhões da compostura, da sanidade mental e da idade adulta, o que nos impossibilita de protagonizar, em conferências, grandes momentos da história da argumentação humana – como quando, na Flipinha de 2005, um ouvinte de 5 anos de idade levantou a mão e perguntou ao escritor Luis Fernando Veríssimo: “Você gosta de suco de uva?"
Por Vanessa Bárbara, escritora, colaboradora da Piauí. Via Twitter. Versão original aqui.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Genesis (da propaganda)
No princípio criou Deus o Paraíso. E, para estragar tudo, o Capeta criou o consumo, quando a Serpente deu a maçã a Eva e assim gerou a primeira consumidora: Eva. Que, não satisfeita em comprar o Fruto Proibido, vendeu-o a Adão.Expulsos do Paraíso, o Primeiro Homem e a Primeira Mulher habitaram a Terra e seus filhos de tal forma pecaram que Deus castigou-os com o Dilúvio. Passados os quarenta dias e quarenta noites das águas, Deus criou o primeiro luminoso publicitário da história: o Arco-Iris. E a primeira mala-direta: a pomba que trouxe a Noé o ramo de oliveira.
Havia sido dada a partida. Na continuação, a Igreja criou o primeiro logotipo, o mais perfeito da História: a Cruz. E colocou esta marca na ponta do primeiro display do mundo: o prédio da Igreja, o mais alto, o que mais se destacava na paisagem de todas as cidades do mundo civilizado.. Para mostrar a todos os viajantes e passantes: é ali, naquele lugar, que mora o meu Deus. Dentro da Igreja, uma vasta campanha iconográfica dos anjos e santos do Paraíso prenunciava aos crentes as delícias da vida eterna, com todos os benefícios da salvação. Nascia assim o marketing de incentivos.
Imediatamente abaixo do logotipo, a Igreja criou a primeira mídia do mundo. Aquela que anunciava os nascimentos, as tentativas de invasão dos inimigos, os casamentos, os incêndios, aquela que conclamava o povo à oração: o sino. E durante os ofícios religiosos, a Igreja já empregava um instrumento condicionador do consumo de seus serviços: a música barroca, como primeiro gênero de trilha sonora.
Dentro do Templo, sábia, a Igreja criou o primeiro Instituto de Pesquisas: o confessionário. Ali se conheciam as intrigas palacianas, os segredos políticos e econômicos, os cambalachos financeiros, permitindo aos administradores da Igreja controlar a vida secular. De tal modo o segredo era importante para a inteligência da Igreja que reza a tradição que o Geral da Ordem da Sociedade de Jesus, os jesuítas, também conhecido na Idade Média como o “Papa Negro”, ao expirar, somente passava seu cargo para aquele membro da ordem que possuísse um segredo “capaz de fazer cair uma cabeça coroada”, segredo esse que lhe era sussurado no ouvido moribundo.
Tão pronto surgiram as corporações, a sapiência da Igreja, que criou a palavra propaganda através do estabelecimento da Congregatio Propaganda Fidei, ou “congregação para a propagação da fé” passou a ser copiada na difusão dos benefícios dos produtos produzidos por suas artes e ofícios. Surgiam assim as “enseignes” ou placas de lojas, os pregões públicos, os folhetins, os cartazes anunciando a chegada de navios e suas cobiçadas cargas, os anúncios de vendas de escravos e até mesmo as delícias de uma profissão mais antiga que a propaganda: a prostituição.
Nascida no seio da Igreja, a propaganda passou a fazer letra morta dos pios princípios que a geraram. E em todos os séculos que se encadearam até o surgimento de nossos dias, a propaganda passou a se orientar por uma rosa dos ventos cujos pontos cardeais passaram a ser sexo, amor, dinheiro e fama.
Nos quase duzentos anos de existência da publicidade, tal como hoje a conhecemos, nunca logrou ela fugir, jamais conseguiu ela escapar do contexto onde reinam, absolutos, esses quatro cavaleiros apocalípticos.
Muitos se rebelam contra essa verdade, querendo dar à propaganda uma cândida roupa nova de vestal que ela se nega honestamente a trajar. Porta-voz da sociedade de consumo, nenhum outro papel lhe resta senão o de exercer seu mister, tal como faziam as honradas hetairas de outrora. A preços cada vez mais módicos, é claro….
Havia sido dada a partida. Na continuação, a Igreja criou o primeiro logotipo, o mais perfeito da História: a Cruz. E colocou esta marca na ponta do primeiro display do mundo: o prédio da Igreja, o mais alto, o que mais se destacava na paisagem de todas as cidades do mundo civilizado.. Para mostrar a todos os viajantes e passantes: é ali, naquele lugar, que mora o meu Deus. Dentro da Igreja, uma vasta campanha iconográfica dos anjos e santos do Paraíso prenunciava aos crentes as delícias da vida eterna, com todos os benefícios da salvação. Nascia assim o marketing de incentivos.
Imediatamente abaixo do logotipo, a Igreja criou a primeira mídia do mundo. Aquela que anunciava os nascimentos, as tentativas de invasão dos inimigos, os casamentos, os incêndios, aquela que conclamava o povo à oração: o sino. E durante os ofícios religiosos, a Igreja já empregava um instrumento condicionador do consumo de seus serviços: a música barroca, como primeiro gênero de trilha sonora.
Dentro do Templo, sábia, a Igreja criou o primeiro Instituto de Pesquisas: o confessionário. Ali se conheciam as intrigas palacianas, os segredos políticos e econômicos, os cambalachos financeiros, permitindo aos administradores da Igreja controlar a vida secular. De tal modo o segredo era importante para a inteligência da Igreja que reza a tradição que o Geral da Ordem da Sociedade de Jesus, os jesuítas, também conhecido na Idade Média como o “Papa Negro”, ao expirar, somente passava seu cargo para aquele membro da ordem que possuísse um segredo “capaz de fazer cair uma cabeça coroada”, segredo esse que lhe era sussurado no ouvido moribundo.
Tão pronto surgiram as corporações, a sapiência da Igreja, que criou a palavra propaganda através do estabelecimento da Congregatio Propaganda Fidei, ou “congregação para a propagação da fé” passou a ser copiada na difusão dos benefícios dos produtos produzidos por suas artes e ofícios. Surgiam assim as “enseignes” ou placas de lojas, os pregões públicos, os folhetins, os cartazes anunciando a chegada de navios e suas cobiçadas cargas, os anúncios de vendas de escravos e até mesmo as delícias de uma profissão mais antiga que a propaganda: a prostituição.
Nascida no seio da Igreja, a propaganda passou a fazer letra morta dos pios princípios que a geraram. E em todos os séculos que se encadearam até o surgimento de nossos dias, a propaganda passou a se orientar por uma rosa dos ventos cujos pontos cardeais passaram a ser sexo, amor, dinheiro e fama.
Nos quase duzentos anos de existência da publicidade, tal como hoje a conhecemos, nunca logrou ela fugir, jamais conseguiu ela escapar do contexto onde reinam, absolutos, esses quatro cavaleiros apocalípticos.
Muitos se rebelam contra essa verdade, querendo dar à propaganda uma cândida roupa nova de vestal que ela se nega honestamente a trajar. Porta-voz da sociedade de consumo, nenhum outro papel lhe resta senão o de exercer seu mister, tal como faziam as honradas hetairas de outrora. A preços cada vez mais módicos, é claro….
Sobre a Jornada
O patrocinador do vídeo no fim veio no pacote. Um dia conto como porque se tornou o que é, afinal as grandes são nucleares, não lunares.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Controlling the Bicameral Minds
Um texto destes não poderia vir de outro lugar que os AcephalicSwines, um grupo top que participo na internet. O conceito de místico é heterodoxo, o poder envolvido no texto é real e é interessante que tais complexos sejam descortinados para a sociedade pensante, afinal, não somos malucos e a magia é bem descrita no longo artigo. Aliás, bem longo, embora valha o tempo investido, mesmo que seja uma leitura misticamente seletiva [mode comédia=on]. Na real, ninguém é capaz de descortinar completamente a realidade dos santos fantasmas, mas uma boa dose de ceticismo e método científico colocam os pensamentos nos devidos lugares. Ao texto.
CONTROLLING MYSTICS THROUGH THEIR BICAMERAL MINDS
by John Flint and Eric Savage
What is the Bicameral Mind?
http://www.neo-techsociety.com/myaccount/library/discovery/nt3.html
The bicameral mind is a human mind functioning in a particular, unconscious mode or manner...in the manner intended by nature. While the bicameral mind[ 1 ] exists in all people, it can be controlled or dominated by a special mode of consciousness developed not through mother nature but volitionally by each individual being. That mind control or domination can be exercised by an individual over himself and others. Or an individual can allow that mode of consciousness in others to control or dominate his or her bicameral mind.
The bicameral mind (two-chamber mind) is one that functions as an unconscious, two-step process. Automatic reactions and thoughts originate in the right hemisphere of the brain and are transmitted to the left hemisphere as instructions to be acted upon. The bicameral functioning is nature's automatic, learned mode of response without regard to conscious thinking. By contrast, man-made consciousness functions through a deliberate, volitional thought process that is independent of nature's bicameral thought process.
Until approximately 3000 years ago, man's brain functioned entirely in nature's automatic bicameral mode. But the automatic bicameral mind became inadequate to handle the mounting problems as societies became more complex. To survive, man was forced to invent a new way of thinking -- a new mode called consciousness that could solve infinitely more complex problems. That consciousness mode involved his newly discovered powers of introspection. His thinking process was further enhanced by new thoughts and insights created by comparisons done through metaphors and analogs.
Consciousness allows a person to make his or her own decisions rather than relying on nature's bicameral process that automatically follows learned customs, traditional rules, and external "authorities". Metaphors and analogs increase a person's range and power of thinking infinitely beyond nature's range. Yet, despite the great advantages in using the man-invented mode of thinking, most people today depend to various degrees on their automatic bicameral mentality and external "authorities" to make their decisions for them.
That bicameral mentality lures people into searching for "sure-thing" guidance from "higher authorities", rather than using their own consciousness for making decisions and determining their actions. Thus, in their search for prepackaged truth and automatic guidance, people seek "higher authorities": religion, politics, true-believer movements, leaders, gurus, cults, astrology, fads, drugs, feelings, and even forms of poetry, music, medicine, nutrition, and psychology. The bicameral mind seeks outside sources that will tell it how to think and act. ...Anyone can exploit the automatic bicameral mind in others by setting up "authorities" for influencing or controlling that bicameral mentality seeking external guidance.
Bicameral mentalities avoid human self-responsibility by seeking and obeying external decision makers. In poker, for example, bicameral tendencies leave players open to being controlled by any conscious individual acting as an external decision maker and authority. In addition, the single, biggest money-losing, mystical concept -- the belief in luck -- is rooted in the bicameral mentality. In fact, most gamblers rely on the phantom "authority" of luck to escape the only valid authority: their own rational consciousness.
Understanding bicameral tendencies in others can provide unbeatable advantages by knowing the external forces that control most people. That understanding enables one not only to predict the actions of others but to control their actions. A poker player, for example, can create unbeatable advantages by projecting any number of phantom "authorities" to which his opponents will obey, act, or react.
The principle of advantageously controlling the bicameral minds of others applies not only to poker but to all competitive situations involving two or more people. Poker, however, provides crisp, clear examples of using the bicameral mind to control people. More important, poker provides countless metaphors to which everyone can relate. Also, most poker players are gamblers. And gambling is a bicameral activity in which people abandon their own rational consciousness to phantom "authorities" such as feelings, luck, priests, and politicians.
The Bicameral Mind in Poker
Poker games exist because of the bicameral urge in most players to gamble. That urge resides in the desire to escape the responsibility for consistently making rational decisions needed to prosper by producing values for others. Gamblers try to escape (at least temporarily) that self-responsibility through an activity such as poker. And through their bicameral urges, gamblers can be controlled by others.
Even the best professional player can succumb to bicameral urges: By playing poker for a living, for example, he avoids involvement in a productive career that demands much more independent, rational thinking than poker. But, the good player can also use poker as a discipline to strengthen both his conscious integrating processes and his abilities to control others.
Exploiting Bicameral Tendencies in Opponents
Through understanding those bicameral urges in others, a good player can generate unbeatable advantages. He creates those advantages by conjuring up external "authorities" for guiding his opponents into actions that benefit him. For example, an opponent is told to "open up" (bet more loosely) because good player X always bets aggressively in the same situation -- and good player X always ends up winning heavily. In that way, player X is set up as an external "authority" for misleading the opponent into making wrong moves based on facts bicamerally accepted out of context. Even greater advantages are gained by realizing that an opponent is bicamerally using rules, information, and odds gleaned from "authorities" such as authors of noncognitive poker books. (Of the 170 poker books published in the past century, only Wallace's book, The Advanced Concepts of Poker, is fully cognitive.)
Bicameral tendencies can also be exploited through subtle maneuvers. For example, mumbling very quietly (almost subaudibly) words that will influence or trigger reactions in opponents who subconsciously hear those "voices". To those opponents, the subconscious voice automatically acts as an external "authority" to be followed. As another example, a player who is hesitant about attending a game after several losing sessions is fed whatever out-of-context facts or spurious "truth" he wants to hear such as, "The worst thing a player can do is quit just as his losing streak is about to end. That's when the odds are the greatest for shifting from a bad-luck streak to a good-luck streak. Managing luck streaks is the whole idea of winning. All winners know that." With such specious "truths" and non sequiturs, the good player establishes himself as an external "authority" in controlling his opponents.
But most important, as demonstrated in the original Neo-Tech Prediscovery, poker generates accurate metaphors needed to identify and then exploit the bicameral tendencies existing in most people. Indeed, those tendencies are readily exploitable beyond the card tables with the same kind of phantom or external "authorities" set up either overtly or subliminally. Such external "authorities" can be established, for example, in religion, politics, psychology, medicine, business, and personal relationships as shown in Neo-Tech II. ...Understanding the bicameral mind is invaluable not only for controlling others but for avoiding being controlled by others.
The discovery of controlling people through their bicameral minds evolved from a more basic discovery made by Dr. Julian Jaynes of Princeton University. His discovery was first identified and then integrated in the following article written for the Neo-Tech Research and Writing Institute.
CONSCIOUSNESS: THE END OF AUTHORITY
by
Frank R. Wallace
A person could make an excellent bet by wagering a hundred ounces of gold that Julian Jaynes's book, The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind will someday rank among the ten most important books ever written. ...Jaynes's book signals the end of a 10,000-year reign of authoritarian institutions. His book also marks the beginning of a new era of individual consciousness during which people will increasingly act on the authority of their own brains. That movement toward self-responsibility will increasingly weaken the influences of external or mystical "authorities" such as government and religion.
The discovery of the bicameral mind solves the missing-link problem that has defied all previous theories of human evolution. But more important, that discovery is generating a new field of knowledge called Neothink with which all human life can evolve into abiding prosperity and happiness through powerfully competitive Neo-Tech advantages.
Dr. Jaynes discovered that until 3000 years ago essentially all human beings were void of consciousness.[ 2 ] Man along with all other primates functioned by mimicked or learned reactions. But, because of his much larger, more complex brain, man was able to develop a coherent language beginning about 8000 B.C. He was then guided by audio hallucinations. Those hallucinations evolved in the right hemisphere of the brain and were "heard" as communications or instructions in the left hemisphere of the brain (the bicameral or two-chamber mind). ...In effect, human beings were super-intelligent but automatically reacting animals who could communicate by talking. That communication enabled human beings to cooperate closely to build societies, even thriving civilizations.
Still, like all other animals, man functioned almost entirely by an automatic guidance system that was void of consciousness -- until about 1000 B.C. when he was forced to invent consciousness to survive in the collapsing bicameral civilizations. ...Today, man's survival still depends on his choice of beneficially following his own consciousness or destructively following the voices of external "authorities".
The major components of Jaynes's discovery are:
All civilizations before 1000 B.C. -- such as Assyria, Babylonia, Mesopotamia, pharaonic Egypt -- were built, inhabited, and ruled by nonconscious people.
Ancient writings such as the Iliad and the early books of the Old Testament were composed by nonconscious minds that automatically recorded and objectively reported both real and imagined events. The transition to subjective and introspective writings of the conscious mind occurred in later works such as the Odyssey and the newer books of the Old Testament.
Ancient people learned to speak, read, write, as well as carry out daily life, work, and the professions all while remaining nonconscious throughout their lives. Being nonconscious, they never experienced guilt, never practiced deceit, and were not responsible for their actions. They, like any other animal, had no concept of guilt, deception, evil, justice, philosophy, history, or the future. They could not introspect and had no internal idea of themselves. They had no subjective sense of time or space and had no memories as we know them. They were nonconscious and innocent. They were guided by "voices" or strong impressions in their bicameral minds -- nonconscious minds structured for nature's automatic survival.
The development of human consciousness began about 3000 years ago when the automatic bicameral mind began breaking down under the mounting stresses of its inadequacy to find workable solutions in increasingly complex societies. The hallucinated voices became more and more confused, contradictory, and destructive.
Man was forced to invent and develop consciousness in order to survive as his hallucinating voices no longer provided adequate guidance for survival.
Today, after 3000 years, most people retain remnants of the bicameral guidance system in the form of mysticism and the desire for external authority.
Except for schizophrenics, people today no longer hallucinate the voices that guided bicameral man. Yet, most people are at least partly influenced and are sometimes driven by the remnants of the bicameral mind as they seek, to varying degrees, automatic guidance from the mystical "voices" of others -- from the commanding voices of false external "authorities".
Religions and governments are rooted in the nonconscious bicameral mind that is obedient to the "voices" of external "authorities" -- obedient to the voice of "God", gods, rulers, and leaders.
The discovery that consciousness was never a part of nature's evolutionary scheme (but was invented by man) eliminates the missing-link in human evolution.
Essentially all religious and most political ideas today survive through those vestiges of the obsolete bicameral mind. The bicameral mind seeks omniscient truth and automatic guidance from external "authorities" such as political or spiritual leaders -- or other "authoritarian" sources such as manifested in idols, astrologers, gurus. Likewise, politicians, lawyers, psychiatrists, psychologists, professors, doctors, journalists and TV anchormen become "authoritarian voices".
The idea of civilizations consisting entirely of nonconscious, yet highly intelligent, automatic-reacting people and the idea of man bypassing nature to invent his own consciousness initially seems incredible. But as Jaynes documents his evidence in a reasoned and detached manner, the existence of two minds in all human beings becomes increasingly evident: (1) the obsolete, nonconscious (bicameral) mind that seeks guidance from external "authorities" for important thoughts and decisions, especially under stressed or difficult conditions; and (2) the newly invented conscious mind that bypasses external "authorities" and provides thoughts and guidance generated from one's own mind. ...Understanding Jaynes's discoveries unlocks the 10,000 year-old secret of controlling the actions of people through their mystical or bicameral minds.
What evidence does Jaynes present to support his discoveries? After defining consciousness, he systematically presents his evidence to prove that man was not conscious until 3000 years ago when the bicameral civilizations collapsed and individuals began inventing consciousness in order to survive. Jaynes's proof begins with the definition of consciousness:
Defining and Understanding Consciousness
Julian Jaynes defines both what consciousness is and what it is not. After speculating on its location, he demonstrates that consciousness itself has no physical location, but rather is a particular organization of the mind and a specific way of using the brain. Jaynes then demonstrates that consciousness is only a small part of mental activity and is not necessary for concept formation, learning, thinking, or even reasoning. He illustrates how all those mental functions can be performed automatically, intelligently, but unconsciously. Furthermore, consciousness does not contribute to and often hinders the execution of learned skills such as speaking, listening, writing, reading --as well as skills involving music, art, and athletics. Thus, if major human actions and skills can function automatically and without consciousness, those same actions and skills can be controlled or driven by external influences, "authorities", or "voices" emanating under conditions described later. ...But first an understanding of consciousness is important:
Consciousness requires metaphors (i.e., referring to one thing in order to better understand or describe another thing -- such as the head of an army, the head of a household, the head of a nail). Consciousness also requires analog models, (i.e., thinking of a map of California, for example, in order to visualize the entire, physical state of California). Thinking in metaphors and analog models creates the mind space and mental flexibility needed to bypass the automatic, bicameral processes.[ 3 ]
The bicameral thinking process functions only in concrete terms and narrow, here-and-now specifics. But the conscious thinking process generates an infinite array of subjective perceptions that permit ever broader understandings and better decisions.
Metaphors of "me" and analog models of "I" allow consciousness to function through introspection and self-visualization. In turn, consciousness expands by creating more and more metaphors and analog models. That expanding consciousness allows a person to "see" and understand the relationship between himself and the world with increasing accuracy and clarity.
Consciousness is a conceptual, metaphor-generated analog world that parallels the actual world. Man, therefore, could not invent consciousness until he developed a language sophisticated enough to produce metaphors and analog models.
The genus Homo began about two million years ago. Rudimentary oral languages developed from 70,000 B.C. to about 8000 B.C. Written languages began about 3000 B.C. and gradually developed into syntactical structures capable of generating metaphors and analog models. Only at that point could man invent and experience consciousness.
Jaynes shows that man's early writings (hieroglyphics, hiertatic, and cuneiform) reflect a mentality totally different from our own. They reflect a nonmetaphoric, nonconscious mentality. Jaynes also shows that the Iliad, which evolved as a sung poem about 1000 B.C., contains little if any conscious thought. The characters in the Iliad (e.g., Achilles, Agamemnon, Hector, Helen) act unconsciously in initiating all their major actions and decisions through "voices", and all speak in hexameter rhythms (as often do modern-day schizophrenics when hallucinating). Hexameter rhythms are characteristic of the rhythmically automatic functionings of the right-hemisphere brain. Moreover, the Iliad is entirely about action...about the acts and consequences of Achilles. The Iliad never mentions subjective thoughts or the contents of anyone's mind. The language is nonconscious -- an objective reporting of facts that are concrete bound and void of introspection and abstract thought.
With a conscious mind, man can introspect; he can debate with himself; he can become his own god, voice, and decision maker. But before the invention of consciousness, the mind functioned bicamerally: the right hemisphere (the poetic, god-brain) hallucinated audio instructions to the left hemisphere (the analytical, man-brain), especially in unusual or stressful situations. Essentially, man's brain today is physically identical to the ancient bicameral brain; but with his discovery or more precisely his invention of consciousness, he can now choose to focus on integrating the functions of the left and right hemispheres.
Beginning about 9000 B.C. -- as oral languages developed -- routine or habitual tasks became increasingly standardized. The hallucinating voices for performing those basic tasks, therefore, became increasingly similar among groups of people. The collectivization of "voices" allowed more and more people to cooperate and function together through their bicameral minds. The leaders spoke to the "gods" and used the "voices" to lead the masses in cooperative unison. That cooperation allowed nomadic hunting tribes to gradually organize into stationary, food-producing societies. The continuing development of oral language and the increasing collectivization of bicameral minds allowed towns and eventually cities to form and flourish.
The bicameral mind, however, became increasingly inadequate for guiding human actions as societies continued to grow in size and complexity. By about 1000 B.C., the bicameral mind had become so inadequate that man's social structures began collapsing. Under threat of extinction, man invented a new way to use his brain that allowed him to solve the much more complex problems needed to survive -- he invented a new organization of the mind called consciousness.
Jaynes eliminated the missing link in the evolution of man by discovering that consciousness never existed in the evolutionary processes -- consciousness was invented by man.
The Development of Consciousness
Dr. Jaynes shows through abundant archaeological, historical, and biological evidence that the towns, cities, and societies from 9000 B.C. to 1000 B.C. were established and developed by nonconscious people. Those societies formed and grew through common hallucinating voices attributed to gods, rulers, and the dead -- to external "authorities". Various external symbols that "spoke" (such as graves, idols, and statues) helped to reinforce and expand the authority of those common "voices". Such "voices" continued to expand their reach through increasingly visible and awe-inspiring symbols such as tombs, temples, colossuses, and pyramids.
But as those unconscious societies became more complex and increasingly intermingled through trade and wars, the "voices" became mixed and contradictory. With the "voices" becoming muddled, their effectiveness in guiding people diminished. Rituals and importunings became ever more intense and elaborate in attempts to evoke clearer "voices" and better guidance. The development of writing and the permanent recording of instructions and laws during the second millennium B.C. further weakened the authority and effectiveness of hallucinated voices. As the "voices" lost their effectiveness, they began falling silent. And without authoritarian "voices" to guide and control its people, those societies suddenly began collapsing with no external cause.
As the bicameral mind broke down and societies collapsed, individuals one by one began inventing consciousness to make decisions needed to survive in the mounting anarchy and chaos. On making conscious and volitional decisions, man for the first time became responsible for his actions. Also, for short-range advantages and easy power, conscious man began discovering and using deceit and treachery -- behaviors not possible from nonconscious, bicameral minds. ...Before inventing consciousness, man was as guiltless and amoral as any other animal since he had no volitional choice in following his automatic guidance system of hallucinated voices.
As the "voices" fell silent, man began contriving religions and prayers in his attempts to communicate with the departed gods. Jaynes shows how man developed the concept of worship, heaven, angels, demons, exorcism, sacrifice, divination, omens, sortilege, augury in his attempts to evoke guidance from the gods -- from external "authorities".
All such quests for external "authority" hark back to the breakdown of the hallucinating bicameral mind -- to the silencing and celestialization of the once "vocal" and earthly gods.
Much direct evidence for the breakdown of the bicameral mind and the development of consciousness comes from writings scribed between 1300 B.C. and 300 B.C. Those writings gradually shift from nonconscious, objective reports to conscious, subjective expressions that reflect introspection. The jump from the nonconscious writing of the Iliad to the conscious writing of the Odyssey (composed perhaps a century later) is dramatically obvious. In the Odyssey, unlike the Iliad, characters possess conscious self-awareness, introspection powers, and can sense right, wrong, and guilt. ...That radical difference between the Iliad and the Odyssey is, incidentally, further evidence that more than one poet composed the Homeric epics.
The transition from the nonconscious Iliad to the conscious Odyssey marks man's break with his 8000-year-old hallucinatory guidance system. By the sixth century B.C., written languages began reflecting conscious ideas of morality and justice similar to those reflected today.
The Old Testament of the Bible also illustrates the transition from the nonconscious writing of its earlier books (such as Amos, circa 750 B.C.) to the fully conscious writing of its later books (such as Ecclesiastes, circa 350 B.C.). Amid that transition, the book of Samuel records the first known suicide -- an act that requires consciousness. And the book of Deuteronomy illustrates the conflict between the bicameral mind and the conscious mind.
Likewise, the transition to consciousness is observed in other parts of the world: Chinese literature moved from bicameral nonconsciousness to subjective consciousness about 500 B.C. with the writings of Confucius. And in India, literature shifted to subjective consciousness around 400 B.C. with the Upanishadic writings.
American Indians, however, never developed the sophisticated, metaphorical languages needed to develop full consciousness. As a result, their mentalities were probably bicameral when they first encountered the European explorers. For example, with little or no conscious resistance, the Incas allowed the Spanish "white gods" to dominate, plunder, and slaughter them.
The Bicameral Mind in Today's World
Dr. Jaynes identifies many vestiges of the bicameral mentality that exist today. The most obvious vestige is religion and its symbols. Ironically, early Christianity with its teachings of Jesus was an attempt to shift religion from the outmoded bicameral and celestial mind of Moses to the newly conscious and earthly mind of man. Christianity then discovered a devastatingly effective tool for authoritarian control -- guilt. Indeed, guilt not only worked on conscious minds, but required conscious minds to be effective.
Despite religion, conscious minds caused the gradual shifts from governments of gods to governments of men and from divine laws to secular laws. Still, the vestiges of the bicameral mind combined with man's longing for guidance produced churches, prophets, oracles, sibyls, diviners, cults, mediums, astrologers, saints, idols, demons, tarot cards, seances, Ouija boards, glossolalia, fuhrers, ayatollahs, popes, peyote, Jonestown, born-agains.
Jaynes shows how such external "authorities" exist only through the remnants of the bicameral mind. Moreover, he reveals a four-step paradigm that can reshuffle susceptible minds back into hallucinating, bicameral mentalities. The ancient Greeks used a similar paradigm to reorganize or reprogram the minds of uneducated peasant girls into totally bicameral mentalities so they could become oracles and give advice through hallucinated voices -- voices that would rule the world (e.g., the oracle at Delphi). ...Today, people who deteriorate into schizophrenic psychoses follow similar paradigms.
A common thread united most oracles, sibyls, prophets, and demon-possessed people: Almost all were illiterate, all believed in spirits, and all could readily retrieve the bicameral mind. Today, however, retrieval of the bicameral mind is schizophrenic insanity. Also, today, as throughout history, a symptomatic cure for "demon-possessed" people involves exorcising rituals that let a more powerful "authority" or god replace the "authority" of the demon. The New Testament, for example, shows that Jesus and his disciples became effective exorcists by substituting one "authority" (their god) for another "authority" (another god or demon).
As the voices of the oracles became confused and nonsensical, their popularity waned. In their places, idolatry revived and then flourished. But as Christianity became a popular source of external "authority", Christian zealots began physically destroying all competing idols. They then built their own idols and symbols to reinforce the external "authority" of Christianity.
Among today's vestiges of the bicameral mentality is the born-again movement that seeks external guidance. In that movement, people surrender their self-choice and self-decision making in exchange for false promises of protection and guidance. Such vestiges dramatize man's resistance to use his own invention of consciousness to guide his life.
The chanting cadence of poetry and the rhythmic beat of music are also rooted in the bicameral mentality. In ancient writings, the hallucinated voices of the gods were always in poetic verse, usually in dactylic hexameter and sometimes in rhyme or alliteration -- all characteristic of right-brain functionings. The oracles and prophets also spoke in verse. And today schizophrenics often speak in verse when they hallucinate.
Poetry and chants can have authoritarian or commanding beats and rhythms that can effectively block consciousness. Poetry is the language of the gods -- it is the language of the artistic, right-hemispheric brain. Plato recognized poetry as a divine madness.
Most poetry and songs have an abruptly changing or a discontinuous pitch. Normal speech, on the other hand, has a smoothly changing pitch. Jaynes demonstrates that reciting poetry, singing, and playing music are right-brain functions, while speaking is a left-brain function. That is why people with speech impediments can often sing, chant, or recite poetry with flawless clarity. Conversely, almost anyone trying to sing a conversation will find his words quickly deteriorating into a mass of inarticulate cliches.
Likewise, listening to music and poetry is a right-brain function. And music, poetry, or chants that project authority with loud or rhythmic beats can suppress left-brain functions to temporarily relieve anxiety or a painfully troubled consciousness.
Jaynes goes on to show phenomena such as hypnosis, acupuncture, and déjà vu also function through vestiges of the bicameral mind. And he demonstrates how hypnosis steadily narrows the sense of self, time, space, and introspection as consciousness shrinks and the mind reverts to a bicameral type organization. Analogously, bicameral and schizophrenic minds have little or no sense of self, time, space or introspection. The hypnotized mind is urged to obey the voice of the hypnotist; the bicameral mind is compelled to obey the "voices" of "authority" or gods. By sensing oneself functioning in the narrow-scope, unaware state of hypnosis, gives one an idea of functioning in the narrow-scope, unaware state of bicameral man.
Jaynes also identifies how modern quests for external "authority" are linked to the bicameral mind. Many such quests use science to seek authority in the laws of nature. In fact, today, science is surpassing the waning institutional religions as a major source of external "authority". And rising from the vestiges of the bicameral mind are an array of scientisms (pseudoscientific doctrines, faiths, and cults) that select various natural or scientific facts to subvert into apocryphal, authoritarian doctrines. That subversion is accomplished by using facts out of context to fit promulgated beliefs. Such mystical scientisms include astrology, ESP, Scientology, Christian Science and other "science" churches, I Ching, behaviorism, sensitivity training, mind control, meditation, hypnotism, as well as specious nutritional, health, and medical fads.
Today the major worldwide sources of external "authority" are the philosophical doctrines of religion (along with the other forms of mysticism and "metaphysics") combined with political doctrines such as Socialism, Fascism, and Marxism. All such doctrines demand the surrender of the individual's ego (sense of self or "I") to a collective, obedient faith toward the "authority" of those doctrines. In return, those doctrines offer automatic answers and lifetime guidance from which faithful followers can survive without the responsibility or effort of using their own conscious minds. Thus, all current political systems represent a regression into mysticism -- from conscious man back to bicameral man.
Despite their constant harm to everyone, most modern-day external "authorities" and master neocheaters thrive by using the following two-step neocheating technique to repress consciousness and activate the bicameral mind in their victims.
First man is made to feel guilty. He is condemned for having lost his "innocence" by inventing consciousness. He is condemned for assuming the responsibility to use his own mind to guide his life. He is condemned for exchanging his automatic, bicameral life for a volitional, conscious life...condemned for exchanging his nature-given bicameral mind for a superior, man-invented conscious mind.
Then man is offered automatic solutions to problems and guidance through life -- is offered an "effortless" Garden of Eden or a utopian hereafter if he exchanges his own invented consciousness for faith in external "authority": bicameral faith in some leader, doctrine, or god. He is offered the "reward" of protection and the escape from the self-responsibility of making one's own decisions to guide one's own life. But for that "reward", he must renounce his own mind to follow someone else's mind or wishes disguised as "truths" promulgated by some external "authority" or higher power.
But, in reality, no valid external "authority" or higher power can exist or ever has existed. Valid authority evolves only from one's own independent, conscious mode of thinking. When that fact is fully realized, man will emerge completely from his bicameral past and move into a future that accepts individual consciousness as the only authority. ...Man will then fully evolve into a prosperous, happy individual who has assumed full responsibility for his own thinking and life.
Still, the resistance to self-responsibility is formidable. The bicameral mentality grips those seeking mysticism or other "authorities" for guidance. Those who accept external "authority" allow government officials, religious leaders, environmental and anti-abortion movements, faith, homilies, cliches, one-liners, slogans, the familiar, habits, and feelings to automatically guide their actions. The Neo-Tech Discovery demonstrates how throughout history billions of people because of their bicameral tendencies unnecessarily submit to the illusionary external "authorities" of parasitical Establishments, governments, and religions. Such submission is always done at a net loss to everyone's well being and happiness.
The Implications of Neo-Tech
To some, the implications of Neo-Tech (fully integrated honesty) are frightening, even terrifying. To others, the implications are electrifying and liberating. ...The implications of Neo-Tech are that each individual is solely responsible for his or her own life -- responsible for making the efforts required for learning how to honestly guide one's own life toward growing prosperity and happiness. No automatic, effortless route to knowledge or guidance exists.
No valid external "authority" exists that one can automatically live by. To live effectively, an individual must let only the authority of his own consciousness guide his activities. All consistently competent people have learned to act on reality -- not on their feelings or someone else's feelings or doctrines. An individual must accept the responsibility to guide his or her own life in order to live competently, successfully, happily.
People knowledgeable about Neo-Tech have the tools to control all others who act on their bicameral tendencies. ...Equally important, people knowledgeable about Neo-Tech have the tools to control their own lives and destinies, free from crippling mysticism and harmful neocheating.
EPILOGUE: THE END OF MYSTICISM
Neo-Tech I-V provides the knowledge needed for identifying the bicameral elements of any statement or action by anyone or any group (e.g., church, government, media, politician, priest, businessman, doctor, friend, parent, spouse, self). Armed with Neo-Tech, people can free themselves from the control or influence of mysticism and external "authority". And hopefully, by the year 2000, the discoveries of Neo-Tech and Neothink will have eliminated all vestiges of the bicameral mentality -- all vestiges of mysticism and external "authority".
Without the bicameral mentality, all mysticism and external "authority" will wither and vanish, for they have no validity except that which is granted to them by the bicameral mentalities. With political and religious influences disappearing, the mechanisms for "authorities" to harm individuals and wage wars will also disappear. Thus, if civilization is prospering by the year 2000, Jaynes's discovery along with the discoveries of Neo-Tech and Neothink will have contributed to that prosperity by ending the symbiotic, mystical relationships of bicameral mentalities with authoritarian societies (which now hold nuclear weapons). Such mystical relationships would sooner or later cause the annihilation of any civilization.
If our civilization is flourishing by the year 2000, rational human consciousness will have eliminated mysticism and external "authority" through fully integrated honesty (Neo-Tech). And without external "authority", governments and their wars will be impossible. Best of all, without external "authority" or mysticism, no one will be forcibly controlled, impeded, or drained by others. Without the chains of mysticism, non-aging biological immortality will become commercially available to every productive person wanting to enjoy life and happiness forever.
WAR OF TWO WORLDS
Value Producers vs. Value Destroyers
The Final War
For 2000 years, professional mystics have prophesied that the world will end during the 20th century. Now, today, late in the 20th century, their world is indeed ending. Their world is ending through the emerging war with the other world -- the world of fully integrated honesty, the world of Neo-Tech. Their world, being an uncompetitive remnant of nature's bicameral past, is fatally diseased with mysticism. Thus, in their final war with Neo-Tech, their dying world will crumble to nothing.
Who Will Win at Armageddon?
Professional mystics and value-destroying neocheaters have encountered their Antichrist in Neo-Tech. Their Armageddon has come; the ultimate battle has begun. The battle is between good and evil, between honesty and dishonesty, between value producers and value destroyers, between Neo-Tech and mysticism. ...Yes, good will triumph over evil. And, as everyone will soon discover, they, the professional mystics and neocheaters, are and always have been the arch evil disguised as the good. But, now, through the war of two worlds, their world will end forever. ...With their world gone forever, war and value destruction will vanish forever.
Why Neo-Tech Vanquishes Mysticism and Neocheating
In the world of mysticism, cause and effect are irrationally reversed: feelings beget actions instead of actions begetting feelings. For example, in the world of mysticism, arbitrary and cynical feelings beget unhappy, destructive livings. While, in the world of Neo-Tech, consistent and productive livings beget happy, constructive feelings. The mystical world is sick and out of control. The Neo-Tech world is healthy and in control. ...Thus, Neo-Tech will always vanquish mysticism in any confrontation, battle, or war.
Footnotes:
[ 1 ] The bicameral mind was first identified by Dr. Julian Jaynes of Princeton University in his book, The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind, Houghton Mifflin Company.
[ 2 ] An interesting note that underscores the recency of consciousness: A person living to 70 years today will have spanned over 2% of the time since human beings have been conscious.
[ 3 ] Metaphors and analog models bring the right hemisphere brain functions to the left hemisphere with a much broader, wide-scope view which enables ever more powerful conceptual thinking.
CONTROLLING MYSTICS THROUGH THEIR BICAMERAL MINDS
by John Flint and Eric Savage
What is the Bicameral Mind?
http://www.neo-techsociety.com/myaccount/library/discovery/nt3.html
The bicameral mind is a human mind functioning in a particular, unconscious mode or manner...in the manner intended by nature. While the bicameral mind[ 1 ] exists in all people, it can be controlled or dominated by a special mode of consciousness developed not through mother nature but volitionally by each individual being. That mind control or domination can be exercised by an individual over himself and others. Or an individual can allow that mode of consciousness in others to control or dominate his or her bicameral mind.
The bicameral mind (two-chamber mind) is one that functions as an unconscious, two-step process. Automatic reactions and thoughts originate in the right hemisphere of the brain and are transmitted to the left hemisphere as instructions to be acted upon. The bicameral functioning is nature's automatic, learned mode of response without regard to conscious thinking. By contrast, man-made consciousness functions through a deliberate, volitional thought process that is independent of nature's bicameral thought process.
Until approximately 3000 years ago, man's brain functioned entirely in nature's automatic bicameral mode. But the automatic bicameral mind became inadequate to handle the mounting problems as societies became more complex. To survive, man was forced to invent a new way of thinking -- a new mode called consciousness that could solve infinitely more complex problems. That consciousness mode involved his newly discovered powers of introspection. His thinking process was further enhanced by new thoughts and insights created by comparisons done through metaphors and analogs.
Consciousness allows a person to make his or her own decisions rather than relying on nature's bicameral process that automatically follows learned customs, traditional rules, and external "authorities". Metaphors and analogs increase a person's range and power of thinking infinitely beyond nature's range. Yet, despite the great advantages in using the man-invented mode of thinking, most people today depend to various degrees on their automatic bicameral mentality and external "authorities" to make their decisions for them.
That bicameral mentality lures people into searching for "sure-thing" guidance from "higher authorities", rather than using their own consciousness for making decisions and determining their actions. Thus, in their search for prepackaged truth and automatic guidance, people seek "higher authorities": religion, politics, true-believer movements, leaders, gurus, cults, astrology, fads, drugs, feelings, and even forms of poetry, music, medicine, nutrition, and psychology. The bicameral mind seeks outside sources that will tell it how to think and act. ...Anyone can exploit the automatic bicameral mind in others by setting up "authorities" for influencing or controlling that bicameral mentality seeking external guidance.
Bicameral mentalities avoid human self-responsibility by seeking and obeying external decision makers. In poker, for example, bicameral tendencies leave players open to being controlled by any conscious individual acting as an external decision maker and authority. In addition, the single, biggest money-losing, mystical concept -- the belief in luck -- is rooted in the bicameral mentality. In fact, most gamblers rely on the phantom "authority" of luck to escape the only valid authority: their own rational consciousness.
Understanding bicameral tendencies in others can provide unbeatable advantages by knowing the external forces that control most people. That understanding enables one not only to predict the actions of others but to control their actions. A poker player, for example, can create unbeatable advantages by projecting any number of phantom "authorities" to which his opponents will obey, act, or react.
The principle of advantageously controlling the bicameral minds of others applies not only to poker but to all competitive situations involving two or more people. Poker, however, provides crisp, clear examples of using the bicameral mind to control people. More important, poker provides countless metaphors to which everyone can relate. Also, most poker players are gamblers. And gambling is a bicameral activity in which people abandon their own rational consciousness to phantom "authorities" such as feelings, luck, priests, and politicians.
The Bicameral Mind in Poker
Poker games exist because of the bicameral urge in most players to gamble. That urge resides in the desire to escape the responsibility for consistently making rational decisions needed to prosper by producing values for others. Gamblers try to escape (at least temporarily) that self-responsibility through an activity such as poker. And through their bicameral urges, gamblers can be controlled by others.
Even the best professional player can succumb to bicameral urges: By playing poker for a living, for example, he avoids involvement in a productive career that demands much more independent, rational thinking than poker. But, the good player can also use poker as a discipline to strengthen both his conscious integrating processes and his abilities to control others.
Exploiting Bicameral Tendencies in Opponents
Through understanding those bicameral urges in others, a good player can generate unbeatable advantages. He creates those advantages by conjuring up external "authorities" for guiding his opponents into actions that benefit him. For example, an opponent is told to "open up" (bet more loosely) because good player X always bets aggressively in the same situation -- and good player X always ends up winning heavily. In that way, player X is set up as an external "authority" for misleading the opponent into making wrong moves based on facts bicamerally accepted out of context. Even greater advantages are gained by realizing that an opponent is bicamerally using rules, information, and odds gleaned from "authorities" such as authors of noncognitive poker books. (Of the 170 poker books published in the past century, only Wallace's book, The Advanced Concepts of Poker, is fully cognitive.)
Bicameral tendencies can also be exploited through subtle maneuvers. For example, mumbling very quietly (almost subaudibly) words that will influence or trigger reactions in opponents who subconsciously hear those "voices". To those opponents, the subconscious voice automatically acts as an external "authority" to be followed. As another example, a player who is hesitant about attending a game after several losing sessions is fed whatever out-of-context facts or spurious "truth" he wants to hear such as, "The worst thing a player can do is quit just as his losing streak is about to end. That's when the odds are the greatest for shifting from a bad-luck streak to a good-luck streak. Managing luck streaks is the whole idea of winning. All winners know that." With such specious "truths" and non sequiturs, the good player establishes himself as an external "authority" in controlling his opponents.
But most important, as demonstrated in the original Neo-Tech Prediscovery, poker generates accurate metaphors needed to identify and then exploit the bicameral tendencies existing in most people. Indeed, those tendencies are readily exploitable beyond the card tables with the same kind of phantom or external "authorities" set up either overtly or subliminally. Such external "authorities" can be established, for example, in religion, politics, psychology, medicine, business, and personal relationships as shown in Neo-Tech II. ...Understanding the bicameral mind is invaluable not only for controlling others but for avoiding being controlled by others.
The discovery of controlling people through their bicameral minds evolved from a more basic discovery made by Dr. Julian Jaynes of Princeton University. His discovery was first identified and then integrated in the following article written for the Neo-Tech Research and Writing Institute.
CONSCIOUSNESS: THE END OF AUTHORITY
by
Frank R. Wallace
A person could make an excellent bet by wagering a hundred ounces of gold that Julian Jaynes's book, The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind will someday rank among the ten most important books ever written. ...Jaynes's book signals the end of a 10,000-year reign of authoritarian institutions. His book also marks the beginning of a new era of individual consciousness during which people will increasingly act on the authority of their own brains. That movement toward self-responsibility will increasingly weaken the influences of external or mystical "authorities" such as government and religion.
The discovery of the bicameral mind solves the missing-link problem that has defied all previous theories of human evolution. But more important, that discovery is generating a new field of knowledge called Neothink with which all human life can evolve into abiding prosperity and happiness through powerfully competitive Neo-Tech advantages.
Dr. Jaynes discovered that until 3000 years ago essentially all human beings were void of consciousness.[ 2 ] Man along with all other primates functioned by mimicked or learned reactions. But, because of his much larger, more complex brain, man was able to develop a coherent language beginning about 8000 B.C. He was then guided by audio hallucinations. Those hallucinations evolved in the right hemisphere of the brain and were "heard" as communications or instructions in the left hemisphere of the brain (the bicameral or two-chamber mind). ...In effect, human beings were super-intelligent but automatically reacting animals who could communicate by talking. That communication enabled human beings to cooperate closely to build societies, even thriving civilizations.
Still, like all other animals, man functioned almost entirely by an automatic guidance system that was void of consciousness -- until about 1000 B.C. when he was forced to invent consciousness to survive in the collapsing bicameral civilizations. ...Today, man's survival still depends on his choice of beneficially following his own consciousness or destructively following the voices of external "authorities".
The major components of Jaynes's discovery are:
All civilizations before 1000 B.C. -- such as Assyria, Babylonia, Mesopotamia, pharaonic Egypt -- were built, inhabited, and ruled by nonconscious people.
Ancient writings such as the Iliad and the early books of the Old Testament were composed by nonconscious minds that automatically recorded and objectively reported both real and imagined events. The transition to subjective and introspective writings of the conscious mind occurred in later works such as the Odyssey and the newer books of the Old Testament.
Ancient people learned to speak, read, write, as well as carry out daily life, work, and the professions all while remaining nonconscious throughout their lives. Being nonconscious, they never experienced guilt, never practiced deceit, and were not responsible for their actions. They, like any other animal, had no concept of guilt, deception, evil, justice, philosophy, history, or the future. They could not introspect and had no internal idea of themselves. They had no subjective sense of time or space and had no memories as we know them. They were nonconscious and innocent. They were guided by "voices" or strong impressions in their bicameral minds -- nonconscious minds structured for nature's automatic survival.
The development of human consciousness began about 3000 years ago when the automatic bicameral mind began breaking down under the mounting stresses of its inadequacy to find workable solutions in increasingly complex societies. The hallucinated voices became more and more confused, contradictory, and destructive.
Man was forced to invent and develop consciousness in order to survive as his hallucinating voices no longer provided adequate guidance for survival.
Today, after 3000 years, most people retain remnants of the bicameral guidance system in the form of mysticism and the desire for external authority.
Except for schizophrenics, people today no longer hallucinate the voices that guided bicameral man. Yet, most people are at least partly influenced and are sometimes driven by the remnants of the bicameral mind as they seek, to varying degrees, automatic guidance from the mystical "voices" of others -- from the commanding voices of false external "authorities".
Religions and governments are rooted in the nonconscious bicameral mind that is obedient to the "voices" of external "authorities" -- obedient to the voice of "God", gods, rulers, and leaders.
The discovery that consciousness was never a part of nature's evolutionary scheme (but was invented by man) eliminates the missing-link in human evolution.
Essentially all religious and most political ideas today survive through those vestiges of the obsolete bicameral mind. The bicameral mind seeks omniscient truth and automatic guidance from external "authorities" such as political or spiritual leaders -- or other "authoritarian" sources such as manifested in idols, astrologers, gurus. Likewise, politicians, lawyers, psychiatrists, psychologists, professors, doctors, journalists and TV anchormen become "authoritarian voices".
The idea of civilizations consisting entirely of nonconscious, yet highly intelligent, automatic-reacting people and the idea of man bypassing nature to invent his own consciousness initially seems incredible. But as Jaynes documents his evidence in a reasoned and detached manner, the existence of two minds in all human beings becomes increasingly evident: (1) the obsolete, nonconscious (bicameral) mind that seeks guidance from external "authorities" for important thoughts and decisions, especially under stressed or difficult conditions; and (2) the newly invented conscious mind that bypasses external "authorities" and provides thoughts and guidance generated from one's own mind. ...Understanding Jaynes's discoveries unlocks the 10,000 year-old secret of controlling the actions of people through their mystical or bicameral minds.
What evidence does Jaynes present to support his discoveries? After defining consciousness, he systematically presents his evidence to prove that man was not conscious until 3000 years ago when the bicameral civilizations collapsed and individuals began inventing consciousness in order to survive. Jaynes's proof begins with the definition of consciousness:
Defining and Understanding Consciousness
Julian Jaynes defines both what consciousness is and what it is not. After speculating on its location, he demonstrates that consciousness itself has no physical location, but rather is a particular organization of the mind and a specific way of using the brain. Jaynes then demonstrates that consciousness is only a small part of mental activity and is not necessary for concept formation, learning, thinking, or even reasoning. He illustrates how all those mental functions can be performed automatically, intelligently, but unconsciously. Furthermore, consciousness does not contribute to and often hinders the execution of learned skills such as speaking, listening, writing, reading --as well as skills involving music, art, and athletics. Thus, if major human actions and skills can function automatically and without consciousness, those same actions and skills can be controlled or driven by external influences, "authorities", or "voices" emanating under conditions described later. ...But first an understanding of consciousness is important:
Consciousness requires metaphors (i.e., referring to one thing in order to better understand or describe another thing -- such as the head of an army, the head of a household, the head of a nail). Consciousness also requires analog models, (i.e., thinking of a map of California, for example, in order to visualize the entire, physical state of California). Thinking in metaphors and analog models creates the mind space and mental flexibility needed to bypass the automatic, bicameral processes.[ 3 ]
The bicameral thinking process functions only in concrete terms and narrow, here-and-now specifics. But the conscious thinking process generates an infinite array of subjective perceptions that permit ever broader understandings and better decisions.
Metaphors of "me" and analog models of "I" allow consciousness to function through introspection and self-visualization. In turn, consciousness expands by creating more and more metaphors and analog models. That expanding consciousness allows a person to "see" and understand the relationship between himself and the world with increasing accuracy and clarity.
Consciousness is a conceptual, metaphor-generated analog world that parallels the actual world. Man, therefore, could not invent consciousness until he developed a language sophisticated enough to produce metaphors and analog models.
The genus Homo began about two million years ago. Rudimentary oral languages developed from 70,000 B.C. to about 8000 B.C. Written languages began about 3000 B.C. and gradually developed into syntactical structures capable of generating metaphors and analog models. Only at that point could man invent and experience consciousness.
Jaynes shows that man's early writings (hieroglyphics, hiertatic, and cuneiform) reflect a mentality totally different from our own. They reflect a nonmetaphoric, nonconscious mentality. Jaynes also shows that the Iliad, which evolved as a sung poem about 1000 B.C., contains little if any conscious thought. The characters in the Iliad (e.g., Achilles, Agamemnon, Hector, Helen) act unconsciously in initiating all their major actions and decisions through "voices", and all speak in hexameter rhythms (as often do modern-day schizophrenics when hallucinating). Hexameter rhythms are characteristic of the rhythmically automatic functionings of the right-hemisphere brain. Moreover, the Iliad is entirely about action...about the acts and consequences of Achilles. The Iliad never mentions subjective thoughts or the contents of anyone's mind. The language is nonconscious -- an objective reporting of facts that are concrete bound and void of introspection and abstract thought.
With a conscious mind, man can introspect; he can debate with himself; he can become his own god, voice, and decision maker. But before the invention of consciousness, the mind functioned bicamerally: the right hemisphere (the poetic, god-brain) hallucinated audio instructions to the left hemisphere (the analytical, man-brain), especially in unusual or stressful situations. Essentially, man's brain today is physically identical to the ancient bicameral brain; but with his discovery or more precisely his invention of consciousness, he can now choose to focus on integrating the functions of the left and right hemispheres.
Beginning about 9000 B.C. -- as oral languages developed -- routine or habitual tasks became increasingly standardized. The hallucinating voices for performing those basic tasks, therefore, became increasingly similar among groups of people. The collectivization of "voices" allowed more and more people to cooperate and function together through their bicameral minds. The leaders spoke to the "gods" and used the "voices" to lead the masses in cooperative unison. That cooperation allowed nomadic hunting tribes to gradually organize into stationary, food-producing societies. The continuing development of oral language and the increasing collectivization of bicameral minds allowed towns and eventually cities to form and flourish.
The bicameral mind, however, became increasingly inadequate for guiding human actions as societies continued to grow in size and complexity. By about 1000 B.C., the bicameral mind had become so inadequate that man's social structures began collapsing. Under threat of extinction, man invented a new way to use his brain that allowed him to solve the much more complex problems needed to survive -- he invented a new organization of the mind called consciousness.
Jaynes eliminated the missing link in the evolution of man by discovering that consciousness never existed in the evolutionary processes -- consciousness was invented by man.
The Development of Consciousness
Dr. Jaynes shows through abundant archaeological, historical, and biological evidence that the towns, cities, and societies from 9000 B.C. to 1000 B.C. were established and developed by nonconscious people. Those societies formed and grew through common hallucinating voices attributed to gods, rulers, and the dead -- to external "authorities". Various external symbols that "spoke" (such as graves, idols, and statues) helped to reinforce and expand the authority of those common "voices". Such "voices" continued to expand their reach through increasingly visible and awe-inspiring symbols such as tombs, temples, colossuses, and pyramids.
But as those unconscious societies became more complex and increasingly intermingled through trade and wars, the "voices" became mixed and contradictory. With the "voices" becoming muddled, their effectiveness in guiding people diminished. Rituals and importunings became ever more intense and elaborate in attempts to evoke clearer "voices" and better guidance. The development of writing and the permanent recording of instructions and laws during the second millennium B.C. further weakened the authority and effectiveness of hallucinated voices. As the "voices" lost their effectiveness, they began falling silent. And without authoritarian "voices" to guide and control its people, those societies suddenly began collapsing with no external cause.
As the bicameral mind broke down and societies collapsed, individuals one by one began inventing consciousness to make decisions needed to survive in the mounting anarchy and chaos. On making conscious and volitional decisions, man for the first time became responsible for his actions. Also, for short-range advantages and easy power, conscious man began discovering and using deceit and treachery -- behaviors not possible from nonconscious, bicameral minds. ...Before inventing consciousness, man was as guiltless and amoral as any other animal since he had no volitional choice in following his automatic guidance system of hallucinated voices.
As the "voices" fell silent, man began contriving religions and prayers in his attempts to communicate with the departed gods. Jaynes shows how man developed the concept of worship, heaven, angels, demons, exorcism, sacrifice, divination, omens, sortilege, augury in his attempts to evoke guidance from the gods -- from external "authorities".
All such quests for external "authority" hark back to the breakdown of the hallucinating bicameral mind -- to the silencing and celestialization of the once "vocal" and earthly gods.
Much direct evidence for the breakdown of the bicameral mind and the development of consciousness comes from writings scribed between 1300 B.C. and 300 B.C. Those writings gradually shift from nonconscious, objective reports to conscious, subjective expressions that reflect introspection. The jump from the nonconscious writing of the Iliad to the conscious writing of the Odyssey (composed perhaps a century later) is dramatically obvious. In the Odyssey, unlike the Iliad, characters possess conscious self-awareness, introspection powers, and can sense right, wrong, and guilt. ...That radical difference between the Iliad and the Odyssey is, incidentally, further evidence that more than one poet composed the Homeric epics.
The transition from the nonconscious Iliad to the conscious Odyssey marks man's break with his 8000-year-old hallucinatory guidance system. By the sixth century B.C., written languages began reflecting conscious ideas of morality and justice similar to those reflected today.
The Old Testament of the Bible also illustrates the transition from the nonconscious writing of its earlier books (such as Amos, circa 750 B.C.) to the fully conscious writing of its later books (such as Ecclesiastes, circa 350 B.C.). Amid that transition, the book of Samuel records the first known suicide -- an act that requires consciousness. And the book of Deuteronomy illustrates the conflict between the bicameral mind and the conscious mind.
Likewise, the transition to consciousness is observed in other parts of the world: Chinese literature moved from bicameral nonconsciousness to subjective consciousness about 500 B.C. with the writings of Confucius. And in India, literature shifted to subjective consciousness around 400 B.C. with the Upanishadic writings.
American Indians, however, never developed the sophisticated, metaphorical languages needed to develop full consciousness. As a result, their mentalities were probably bicameral when they first encountered the European explorers. For example, with little or no conscious resistance, the Incas allowed the Spanish "white gods" to dominate, plunder, and slaughter them.
The Bicameral Mind in Today's World
Dr. Jaynes identifies many vestiges of the bicameral mentality that exist today. The most obvious vestige is religion and its symbols. Ironically, early Christianity with its teachings of Jesus was an attempt to shift religion from the outmoded bicameral and celestial mind of Moses to the newly conscious and earthly mind of man. Christianity then discovered a devastatingly effective tool for authoritarian control -- guilt. Indeed, guilt not only worked on conscious minds, but required conscious minds to be effective.
Despite religion, conscious minds caused the gradual shifts from governments of gods to governments of men and from divine laws to secular laws. Still, the vestiges of the bicameral mind combined with man's longing for guidance produced churches, prophets, oracles, sibyls, diviners, cults, mediums, astrologers, saints, idols, demons, tarot cards, seances, Ouija boards, glossolalia, fuhrers, ayatollahs, popes, peyote, Jonestown, born-agains.
Jaynes shows how such external "authorities" exist only through the remnants of the bicameral mind. Moreover, he reveals a four-step paradigm that can reshuffle susceptible minds back into hallucinating, bicameral mentalities. The ancient Greeks used a similar paradigm to reorganize or reprogram the minds of uneducated peasant girls into totally bicameral mentalities so they could become oracles and give advice through hallucinated voices -- voices that would rule the world (e.g., the oracle at Delphi). ...Today, people who deteriorate into schizophrenic psychoses follow similar paradigms.
A common thread united most oracles, sibyls, prophets, and demon-possessed people: Almost all were illiterate, all believed in spirits, and all could readily retrieve the bicameral mind. Today, however, retrieval of the bicameral mind is schizophrenic insanity. Also, today, as throughout history, a symptomatic cure for "demon-possessed" people involves exorcising rituals that let a more powerful "authority" or god replace the "authority" of the demon. The New Testament, for example, shows that Jesus and his disciples became effective exorcists by substituting one "authority" (their god) for another "authority" (another god or demon).
As the voices of the oracles became confused and nonsensical, their popularity waned. In their places, idolatry revived and then flourished. But as Christianity became a popular source of external "authority", Christian zealots began physically destroying all competing idols. They then built their own idols and symbols to reinforce the external "authority" of Christianity.
Among today's vestiges of the bicameral mentality is the born-again movement that seeks external guidance. In that movement, people surrender their self-choice and self-decision making in exchange for false promises of protection and guidance. Such vestiges dramatize man's resistance to use his own invention of consciousness to guide his life.
The chanting cadence of poetry and the rhythmic beat of music are also rooted in the bicameral mentality. In ancient writings, the hallucinated voices of the gods were always in poetic verse, usually in dactylic hexameter and sometimes in rhyme or alliteration -- all characteristic of right-brain functionings. The oracles and prophets also spoke in verse. And today schizophrenics often speak in verse when they hallucinate.
Poetry and chants can have authoritarian or commanding beats and rhythms that can effectively block consciousness. Poetry is the language of the gods -- it is the language of the artistic, right-hemispheric brain. Plato recognized poetry as a divine madness.
Most poetry and songs have an abruptly changing or a discontinuous pitch. Normal speech, on the other hand, has a smoothly changing pitch. Jaynes demonstrates that reciting poetry, singing, and playing music are right-brain functions, while speaking is a left-brain function. That is why people with speech impediments can often sing, chant, or recite poetry with flawless clarity. Conversely, almost anyone trying to sing a conversation will find his words quickly deteriorating into a mass of inarticulate cliches.
Likewise, listening to music and poetry is a right-brain function. And music, poetry, or chants that project authority with loud or rhythmic beats can suppress left-brain functions to temporarily relieve anxiety or a painfully troubled consciousness.
Jaynes goes on to show phenomena such as hypnosis, acupuncture, and déjà vu also function through vestiges of the bicameral mind. And he demonstrates how hypnosis steadily narrows the sense of self, time, space, and introspection as consciousness shrinks and the mind reverts to a bicameral type organization. Analogously, bicameral and schizophrenic minds have little or no sense of self, time, space or introspection. The hypnotized mind is urged to obey the voice of the hypnotist; the bicameral mind is compelled to obey the "voices" of "authority" or gods. By sensing oneself functioning in the narrow-scope, unaware state of hypnosis, gives one an idea of functioning in the narrow-scope, unaware state of bicameral man.
Jaynes also identifies how modern quests for external "authority" are linked to the bicameral mind. Many such quests use science to seek authority in the laws of nature. In fact, today, science is surpassing the waning institutional religions as a major source of external "authority". And rising from the vestiges of the bicameral mind are an array of scientisms (pseudoscientific doctrines, faiths, and cults) that select various natural or scientific facts to subvert into apocryphal, authoritarian doctrines. That subversion is accomplished by using facts out of context to fit promulgated beliefs. Such mystical scientisms include astrology, ESP, Scientology, Christian Science and other "science" churches, I Ching, behaviorism, sensitivity training, mind control, meditation, hypnotism, as well as specious nutritional, health, and medical fads.
Today the major worldwide sources of external "authority" are the philosophical doctrines of religion (along with the other forms of mysticism and "metaphysics") combined with political doctrines such as Socialism, Fascism, and Marxism. All such doctrines demand the surrender of the individual's ego (sense of self or "I") to a collective, obedient faith toward the "authority" of those doctrines. In return, those doctrines offer automatic answers and lifetime guidance from which faithful followers can survive without the responsibility or effort of using their own conscious minds. Thus, all current political systems represent a regression into mysticism -- from conscious man back to bicameral man.
Despite their constant harm to everyone, most modern-day external "authorities" and master neocheaters thrive by using the following two-step neocheating technique to repress consciousness and activate the bicameral mind in their victims.
First man is made to feel guilty. He is condemned for having lost his "innocence" by inventing consciousness. He is condemned for assuming the responsibility to use his own mind to guide his life. He is condemned for exchanging his automatic, bicameral life for a volitional, conscious life...condemned for exchanging his nature-given bicameral mind for a superior, man-invented conscious mind.
Then man is offered automatic solutions to problems and guidance through life -- is offered an "effortless" Garden of Eden or a utopian hereafter if he exchanges his own invented consciousness for faith in external "authority": bicameral faith in some leader, doctrine, or god. He is offered the "reward" of protection and the escape from the self-responsibility of making one's own decisions to guide one's own life. But for that "reward", he must renounce his own mind to follow someone else's mind or wishes disguised as "truths" promulgated by some external "authority" or higher power.
But, in reality, no valid external "authority" or higher power can exist or ever has existed. Valid authority evolves only from one's own independent, conscious mode of thinking. When that fact is fully realized, man will emerge completely from his bicameral past and move into a future that accepts individual consciousness as the only authority. ...Man will then fully evolve into a prosperous, happy individual who has assumed full responsibility for his own thinking and life.
Still, the resistance to self-responsibility is formidable. The bicameral mentality grips those seeking mysticism or other "authorities" for guidance. Those who accept external "authority" allow government officials, religious leaders, environmental and anti-abortion movements, faith, homilies, cliches, one-liners, slogans, the familiar, habits, and feelings to automatically guide their actions. The Neo-Tech Discovery demonstrates how throughout history billions of people because of their bicameral tendencies unnecessarily submit to the illusionary external "authorities" of parasitical Establishments, governments, and religions. Such submission is always done at a net loss to everyone's well being and happiness.
The Implications of Neo-Tech
To some, the implications of Neo-Tech (fully integrated honesty) are frightening, even terrifying. To others, the implications are electrifying and liberating. ...The implications of Neo-Tech are that each individual is solely responsible for his or her own life -- responsible for making the efforts required for learning how to honestly guide one's own life toward growing prosperity and happiness. No automatic, effortless route to knowledge or guidance exists.
No valid external "authority" exists that one can automatically live by. To live effectively, an individual must let only the authority of his own consciousness guide his activities. All consistently competent people have learned to act on reality -- not on their feelings or someone else's feelings or doctrines. An individual must accept the responsibility to guide his or her own life in order to live competently, successfully, happily.
People knowledgeable about Neo-Tech have the tools to control all others who act on their bicameral tendencies. ...Equally important, people knowledgeable about Neo-Tech have the tools to control their own lives and destinies, free from crippling mysticism and harmful neocheating.
EPILOGUE: THE END OF MYSTICISM
Neo-Tech I-V provides the knowledge needed for identifying the bicameral elements of any statement or action by anyone or any group (e.g., church, government, media, politician, priest, businessman, doctor, friend, parent, spouse, self). Armed with Neo-Tech, people can free themselves from the control or influence of mysticism and external "authority". And hopefully, by the year 2000, the discoveries of Neo-Tech and Neothink will have eliminated all vestiges of the bicameral mentality -- all vestiges of mysticism and external "authority".
Without the bicameral mentality, all mysticism and external "authority" will wither and vanish, for they have no validity except that which is granted to them by the bicameral mentalities. With political and religious influences disappearing, the mechanisms for "authorities" to harm individuals and wage wars will also disappear. Thus, if civilization is prospering by the year 2000, Jaynes's discovery along with the discoveries of Neo-Tech and Neothink will have contributed to that prosperity by ending the symbiotic, mystical relationships of bicameral mentalities with authoritarian societies (which now hold nuclear weapons). Such mystical relationships would sooner or later cause the annihilation of any civilization.
If our civilization is flourishing by the year 2000, rational human consciousness will have eliminated mysticism and external "authority" through fully integrated honesty (Neo-Tech). And without external "authority", governments and their wars will be impossible. Best of all, without external "authority" or mysticism, no one will be forcibly controlled, impeded, or drained by others. Without the chains of mysticism, non-aging biological immortality will become commercially available to every productive person wanting to enjoy life and happiness forever.
WAR OF TWO WORLDS
Value Producers vs. Value Destroyers
The Final War
For 2000 years, professional mystics have prophesied that the world will end during the 20th century. Now, today, late in the 20th century, their world is indeed ending. Their world is ending through the emerging war with the other world -- the world of fully integrated honesty, the world of Neo-Tech. Their world, being an uncompetitive remnant of nature's bicameral past, is fatally diseased with mysticism. Thus, in their final war with Neo-Tech, their dying world will crumble to nothing.
Who Will Win at Armageddon?
Professional mystics and value-destroying neocheaters have encountered their Antichrist in Neo-Tech. Their Armageddon has come; the ultimate battle has begun. The battle is between good and evil, between honesty and dishonesty, between value producers and value destroyers, between Neo-Tech and mysticism. ...Yes, good will triumph over evil. And, as everyone will soon discover, they, the professional mystics and neocheaters, are and always have been the arch evil disguised as the good. But, now, through the war of two worlds, their world will end forever. ...With their world gone forever, war and value destruction will vanish forever.
Why Neo-Tech Vanquishes Mysticism and Neocheating
In the world of mysticism, cause and effect are irrationally reversed: feelings beget actions instead of actions begetting feelings. For example, in the world of mysticism, arbitrary and cynical feelings beget unhappy, destructive livings. While, in the world of Neo-Tech, consistent and productive livings beget happy, constructive feelings. The mystical world is sick and out of control. The Neo-Tech world is healthy and in control. ...Thus, Neo-Tech will always vanquish mysticism in any confrontation, battle, or war.
Footnotes:
[ 1 ] The bicameral mind was first identified by Dr. Julian Jaynes of Princeton University in his book, The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind, Houghton Mifflin Company.
[ 2 ] An interesting note that underscores the recency of consciousness: A person living to 70 years today will have spanned over 2% of the time since human beings have been conscious.
[ 3 ] Metaphors and analog models bring the right hemisphere brain functions to the left hemisphere with a much broader, wide-scope view which enables ever more powerful conceptual thinking.
Poética Antiga III
Esta veio a partir de contatos com Gurdjieff, Krishnamurti e Heindel, nos idos de 2002. São todas naïves, mas valem a postagem pela fotografia de uma juventude de desassossegos.
o olho que tudo vê
nada esconde também
sua profundidade é o infinito
sei disso
a vida não despreza ninguém
viajando nesse mar de percepções
o agora sempre diferente
o oculto se revelando aos olhos
tipos, arcas, armas em todo o tipo de gente
a realidade é fantástica
o inusitado é normal
nesse mundo pós-moderno
o surreal
impressionista
abissal
é rumo natural
enquanto isso vou conectando
pela mente viajando
o 7 pintando
pq nosso mundo é a gente que faz!
(2002)
o olho que tudo vê
nada esconde também
sua profundidade é o infinito
sei disso
a vida não despreza ninguém
viajando nesse mar de percepções
o agora sempre diferente
o oculto se revelando aos olhos
tipos, arcas, armas em todo o tipo de gente
a realidade é fantástica
o inusitado é normal
nesse mundo pós-moderno
o surreal
impressionista
abissal
é rumo natural
enquanto isso vou conectando
pela mente viajando
o 7 pintando
pq nosso mundo é a gente que faz!
(2002)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Poética Antiga II
Esta surge, em 2002, ao ver uma tourada e sofrer com a morte do bovino.
o toureiro
parece um açogueiro
quer matar o bovino
animal tão sereno e lindo
apertam-lhe os bagos
para soltar seus demônios
a platéia urra
do sofrimento desse filho de Deus
maior que Zeus
menor que os homens
mais nem por isso menos importante
que todos os animais nesse planeta flutuante
simboliza o poder humano
sobre seu próprio lado animal
mas será que há razão
em matar um meio-irmão
pelo prazer efêmero de ver o sofrimento alheio?
em praticar o sadismo
ao invés do amor por inteiro?
(2002)
o toureiro
parece um açogueiro
quer matar o bovino
animal tão sereno e lindo
apertam-lhe os bagos
para soltar seus demônios
a platéia urra
do sofrimento desse filho de Deus
maior que Zeus
menor que os homens
mais nem por isso menos importante
que todos os animais nesse planeta flutuante
simboliza o poder humano
sobre seu próprio lado animal
mas será que há razão
em matar um meio-irmão
pelo prazer efêmero de ver o sofrimento alheio?
em praticar o sadismo
ao invés do amor por inteiro?
(2002)
Poética Antiga I
Esta série reativa algumas poesias que fiz nos idos de 2002, 2003, resgatadas em uma visita a uns antigos arquivos em CD
o poder
de poder
crescer
enobrecer
a versão
da infinita solidão
de estar sem ilusão
querer mudar a visão
de poder
o poder...
(2002)
o poder
de poder
crescer
enobrecer
a versão
da infinita solidão
de estar sem ilusão
querer mudar a visão
de poder
o poder...
(2002)
terça-feira, 19 de outubro de 2010
The Experience Economy
Em inglês, há uma significativa diferença entre 2 conceitos que em português se proporciona por adição de uma nova palavra. É a diferença entre economics e economy, em português Economia e Economia Política. É mister de minha parte voltar a esta sintática em outra oportunidade, com mais informação, contudo consigo adiantar que a Economia, do grego Oikós Nomos, ou Lei da Casa, ou Nomes das Coisas da Casa, é antes da técnica quantitativa da Economia "pura", uma questão política, mais de Psicologia Social do que de Utilitarismo sem proposições ontológicas. Enquanto nos anglo-saxões economics é declinação de economy, nos luso-brasileiros é a Economia Política que, por sintática, é a declinação da Economia. A política e avaliação subordinadas ao utilitarismo, o uso à idéia do uso. Típico de sub-desenvolvimento intelectual.
Dito isto, e mudando o rumo da prosa, inusitadamente, naquele momento de auto-organização e poiese advindos do caos quântico, deparei-me com o livro que dá nome ao textículo: The Experience Economy, traduzido para português como "espetáculo dos negócios". Traduções e economy critics à parte, o livro propõe uma forma de agregar valor ao produto (aqui como função matemática, servindo tanto para o produto tradicional quanto para o serviço) adicionando uma experiência de valor e símbolo cultural, além da utilidade da economia-economics. Aproximando-se de valores qualitativos e priorizando as sensações para além do valor de uso, novos horizontes para a diferenciação e atribuição de preço emergem, em um momento que as tecnologias conseguem, em sua maioria, ser revertidas e o hardware não é mais monopólio, salvo em raros casos.
Neste cenário, aspectos como simbolismo, cultura empresarial, projeto arquitetônico, design e publicidade, desde que o hardware não seja um empecilho notório, fornecem ao usuário a oportunidade de renovar sonhos, surpreender-se, emocionar-se, identificar-se, superar-se, transcendendo seu limite cultural com a absorção de experiências minuciosamente projetadas. Assemelha-se, sem a alienação proposta por Guy Debord, em uma sociedade do espetáculo, com centros culturais brotando como um rizoma, mantendo-me conceitualmente com os francos Pascal e Deleuze.
A comunicação de tais centros culturais de experiência quasi-mística e seu posicionamento geográfico é motivo para uma revolução na publicidade, integrando os diversos media sob pena de não construir um circuito de RNA's vigoroso e exclusivo, e assim cair no pesadelo do esquecimento ou do lugar comum, a commodity. Por outro lado, um projeto de comunicação cretina será incapaz de proporcionar a experiência prometida, também levando à extinção do "centro cultural de experiência".
Tendo em vista que o sistema cultural é dinâmico, uma comunicação que não prevê uma atualização dos estados de virtualização em um processo civilizatório, hoje descrito como um dos tripés da triple botton line, também tende a um processo sazonal como é no mercado do puro entretenimento pop.
Dito isto, e mudando o rumo da prosa, inusitadamente, naquele momento de auto-organização e poiese advindos do caos quântico, deparei-me com o livro que dá nome ao textículo: The Experience Economy, traduzido para português como "espetáculo dos negócios". Traduções e economy critics à parte, o livro propõe uma forma de agregar valor ao produto (aqui como função matemática, servindo tanto para o produto tradicional quanto para o serviço) adicionando uma experiência de valor e símbolo cultural, além da utilidade da economia-economics. Aproximando-se de valores qualitativos e priorizando as sensações para além do valor de uso, novos horizontes para a diferenciação e atribuição de preço emergem, em um momento que as tecnologias conseguem, em sua maioria, ser revertidas e o hardware não é mais monopólio, salvo em raros casos.
Neste cenário, aspectos como simbolismo, cultura empresarial, projeto arquitetônico, design e publicidade, desde que o hardware não seja um empecilho notório, fornecem ao usuário a oportunidade de renovar sonhos, surpreender-se, emocionar-se, identificar-se, superar-se, transcendendo seu limite cultural com a absorção de experiências minuciosamente projetadas. Assemelha-se, sem a alienação proposta por Guy Debord, em uma sociedade do espetáculo, com centros culturais brotando como um rizoma, mantendo-me conceitualmente com os francos Pascal e Deleuze.
A comunicação de tais centros culturais de experiência quasi-mística e seu posicionamento geográfico é motivo para uma revolução na publicidade, integrando os diversos media sob pena de não construir um circuito de RNA's vigoroso e exclusivo, e assim cair no pesadelo do esquecimento ou do lugar comum, a commodity. Por outro lado, um projeto de comunicação cretina será incapaz de proporcionar a experiência prometida, também levando à extinção do "centro cultural de experiência".
Tendo em vista que o sistema cultural é dinâmico, uma comunicação que não prevê uma atualização dos estados de virtualização em um processo civilizatório, hoje descrito como um dos tripés da triple botton line, também tende a um processo sazonal como é no mercado do puro entretenimento pop.
Abstrato n.0
Singelo abstrato de um possível artigo. Eu sei, soa ridículo, mas tem gente que acha que publicidade e propaganda não tem parte no processo de aculturação e civilização. Provo o contrário.
Este trabalho se propõe a analisar a gestão estratégica da comunicação como funcao institucional sine qua non para a construção de marcas duradouras, gestão de projetos e vivificação da cultura organizacional advinda da liderança criadora. Em uma sociedade cada vez mais interdependente e organizacional, a comunicação se constitui função primordial para a correta disseminação de conteúdos informacionais formadores de cultura, como propõem dentre muitos o biólogo Richard Dawkings e o historiador Jim Collings, o primeiro em memética e o segundo em construcao de organizações de excelência. A correta disseminação da cultura organizacional e, em última instância, da ideia de evolução civilizacional, é função, em sua concepção, da gestão estratégica da comunicação e função executiva fundamental para a gestão.
Este trabalho se propõe a analisar a gestão estratégica da comunicação como funcao institucional sine qua non para a construção de marcas duradouras, gestão de projetos e vivificação da cultura organizacional advinda da liderança criadora. Em uma sociedade cada vez mais interdependente e organizacional, a comunicação se constitui função primordial para a correta disseminação de conteúdos informacionais formadores de cultura, como propõem dentre muitos o biólogo Richard Dawkings e o historiador Jim Collings, o primeiro em memética e o segundo em construcao de organizações de excelência. A correta disseminação da cultura organizacional e, em última instância, da ideia de evolução civilizacional, é função, em sua concepção, da gestão estratégica da comunicação e função executiva fundamental para a gestão.
Funções Executivas
Função executiva é um conceito neuropsicológico que se aplica ao processo cognitivo responsável pelo planejamento e execução de atividades, incluindo iniciação de tarefas, memória de trabalho, atenção sustentada e inibição de impulsos, por exemplo.
O trabalho em habilidades executivas visa ajudar o ente à “regular seu comportamento”, através de organização, planejamento e assim favorecendo na sua tomada de decisões.
As maneiras necessárias para se “regular o comportamento” envolve o uso de habilidades que visam a criação de estratégias para a resolução de problemas e para atingir determinadas metas. Essas habilidades são:
Planejamento: Habilidade de criar um caminho para atingir uma meta ou completar uma tarefa.
Organização: Habilidade de se criar uma estratégia para facilitar na execução de uma atividade.
Manejo do tempo: Capacidade de estimar quanto tempo ainda tenho para a execução de um dever de casa, de uma prova de matemática ou de um trabalho para a escola, por exemplo.
Memória de trabalho: Habilidade de manter informações na mente, enquanto executa tarefas. Utilizar aprendizagens do passado para aplicar na situação atual ou criar estratégias de solução de problemas para o futuro. Por exemplo: Lembrar do conhecimento prévio de álgebra para solucionar o problema de matemática que estou realizando.
Metacognição: Habilidade de se observar, identificando como você resolve um problema. Exemplo, pergunto a mim mesmo: “Como estou indo?” ou “Como eu fiz esse exercício?”
Essas habilidades nos ajudam a criar uma meta, um objetivo. Num segundo momento, para se atingir efetivamente essa meta, precisamos de outras habilidades para guiar ou modificar nosso comportamento até se atingir o objetivo final. Isso inclue:
Resposta inibitória: Capacidade de pensar antes de agir. Essa habilidade de resistir em dizer ou fazer alguma coisa nos dá tempo para avaliar uma situação e decidir se algo deve ou não deve ser dito, por exemplo.
Auto-regulação do afeto: Habilidade de regular as emoções para completar tarefas, atingir objetivos e controlar o comportamento.
Iniciação de tarefas: Habilidade de começar uma tarefa, sem procratinar.
Flexibilidade: Habilidade de revisar os planos, na presença de obstáculos, erros ou novas informações. Trata-se da capacidade de adaptar-se a condições adversas.
Persistência ao alvo: Capacidade de seguir e executar um plano até completar a meta, sem desistir.
O trabalho em habilidades executivas visa ajudar o ente à “regular seu comportamento”, através de organização, planejamento e assim favorecendo na sua tomada de decisões.
As maneiras necessárias para se “regular o comportamento” envolve o uso de habilidades que visam a criação de estratégias para a resolução de problemas e para atingir determinadas metas. Essas habilidades são:
Planejamento: Habilidade de criar um caminho para atingir uma meta ou completar uma tarefa.
Organização: Habilidade de se criar uma estratégia para facilitar na execução de uma atividade.
Manejo do tempo: Capacidade de estimar quanto tempo ainda tenho para a execução de um dever de casa, de uma prova de matemática ou de um trabalho para a escola, por exemplo.
Memória de trabalho: Habilidade de manter informações na mente, enquanto executa tarefas. Utilizar aprendizagens do passado para aplicar na situação atual ou criar estratégias de solução de problemas para o futuro. Por exemplo: Lembrar do conhecimento prévio de álgebra para solucionar o problema de matemática que estou realizando.
Metacognição: Habilidade de se observar, identificando como você resolve um problema. Exemplo, pergunto a mim mesmo: “Como estou indo?” ou “Como eu fiz esse exercício?”
Essas habilidades nos ajudam a criar uma meta, um objetivo. Num segundo momento, para se atingir efetivamente essa meta, precisamos de outras habilidades para guiar ou modificar nosso comportamento até se atingir o objetivo final. Isso inclue:
Resposta inibitória: Capacidade de pensar antes de agir. Essa habilidade de resistir em dizer ou fazer alguma coisa nos dá tempo para avaliar uma situação e decidir se algo deve ou não deve ser dito, por exemplo.
Auto-regulação do afeto: Habilidade de regular as emoções para completar tarefas, atingir objetivos e controlar o comportamento.
Iniciação de tarefas: Habilidade de começar uma tarefa, sem procratinar.
Flexibilidade: Habilidade de revisar os planos, na presença de obstáculos, erros ou novas informações. Trata-se da capacidade de adaptar-se a condições adversas.
Persistência ao alvo: Capacidade de seguir e executar um plano até completar a meta, sem desistir.
A Escola Austríaca de Economia
Ubiratan Iorio, um liberal que ao completar o ciclo básico da pós-graduação na FGV-Rio conseguiu avanços interessantes na teoria do Estado Mínimo da Escola Austríaca de Von Mises, Hayek e cia, tem uma perspectiva derivada da economy Austríaca que causa boas impressões, por estar em voga com conceitos espaço-temporais mais contemporâneos do que a escolástica básica de Economia com que tive contato na UFRJ, de perspectiva desenvolvimentista.
Tal Escolástica leva o tempo em termos absolutos, com predicados de homogeneidade, continuidade matemática e inércia causal, como nos tempos newtonianos. Para isto, o espaço amostral supostamente seria a própria expressão do universo e teria em si a homogeniedade do espaço euclidiano, a continuidade de uma função linear e consequentemente todos os predicados causais na condição inicial. Tal concepção é errônea, visto que o sistema espaço-temporal é relativo a partir das concepções de Einstein, e por isto o sistema é muito dependente das condições iniciais, que mudam de forma dinâmica (não-linear). Para a realidade cosmológica contemporânea, predicados econômicos da escola austríaca como continuidade dinâmica, heterogeneidade e eficácia causal detem mais função utilitária do que mecânicas newtonianas para físicas de aspectos subjetivos quasi-quânticos como o valor.
Aliás, o valor é a base para a praxeologia dos economistes austríacos. Na teoria de Mises, um dos teóricos da escola, a ação é qualquer ato deliberado com o intuito de passar de um estado para outro mais satisfatório, aumentando o valor. Por isto atos econômicos estão seminalmente contidos na praxeologia austríaca, e o teoria econômica se constrói a partir do estudo da ação humana, que é a busca pelo valor.
Tal Escolástica leva o tempo em termos absolutos, com predicados de homogeneidade, continuidade matemática e inércia causal, como nos tempos newtonianos. Para isto, o espaço amostral supostamente seria a própria expressão do universo e teria em si a homogeniedade do espaço euclidiano, a continuidade de uma função linear e consequentemente todos os predicados causais na condição inicial. Tal concepção é errônea, visto que o sistema espaço-temporal é relativo a partir das concepções de Einstein, e por isto o sistema é muito dependente das condições iniciais, que mudam de forma dinâmica (não-linear). Para a realidade cosmológica contemporânea, predicados econômicos da escola austríaca como continuidade dinâmica, heterogeneidade e eficácia causal detem mais função utilitária do que mecânicas newtonianas para físicas de aspectos subjetivos quasi-quânticos como o valor.
Aliás, o valor é a base para a praxeologia dos economistes austríacos. Na teoria de Mises, um dos teóricos da escola, a ação é qualquer ato deliberado com o intuito de passar de um estado para outro mais satisfatório, aumentando o valor. Por isto atos econômicos estão seminalmente contidos na praxeologia austríaca, e o teoria econômica se constrói a partir do estudo da ação humana, que é a busca pelo valor.
Arquitetura, Comunicacao e Motivacao
A publicidade faz parte da construcao do ambiente linguistico por trabalhar tanto denotativamente quanto conotativamente o campo semiotico, nao restrita aa reproduzir os conceitos contemporaneos, mas como criadora de simbolos que atribuem peso semantico e influenciam escolhas e comportamentos.
Em psicologia experimental, Philip Zimbardo, um dos expoentes conhecido pelo experimento do aprisionamento de Stanford, universidade da qual e professor, trabalha com o problema da geracao do mal e e presidente da Heroic Imagination Project.
Zimbardo perscruta a atitude humana e a propensao para a pratica do mal (como polo negativo) estabelecendo uma dimensao arquitetonica-institucional como fundamento para a motivacao e poder. A partir da pergunta de como psicologos entendem a transformacao do carater humano, Philip Zimbardo classifica 2 correntes historicas:
- Disposicional - Propensao interna dos individuos
- Situacional - Externo
Alem destes 2, Zimbardo constitui na psicologia uma terceira dimensao, que e de suma importancia para a pratica da administracao (man-aging) e da comunicacao social como pratica indutiva de evolucao do campo cosmologico-semantico: A dimensado Sistemica, sendo esta a influencia que a arquitetura dos sistemas politicos, legais e economicos exerce sobre os individuos e grupos e seu devir. A partir da arquitetura institucional, grupos aumentam a propensao a determinados comportamentos, e tanto a aparicao do mal quanto a motivacao heroica podem ser influenciados por uma bem pensada arquitetura organizacional e da comunicacao social.
Tal e a importancia, agora em uma dimensao psicologica, da comunicacao social como pratica desenvolvimentista e atividade essencial em uma administracao competente que tenha em imanencia uma perspectiva temporal de longo prazo como pratica social nos ciclos economicos. Porque, segundo o publicitario David Ogilvy,
"O consumidor não e um pateta, ele e a sua esposa. Não minta para ela. Não deverias contar mentiras para sua esposa. Não as conte para a minha."
A construcao do complexo simbolo da marca e a anuencia do consumidor certamente sao mais perenes quando ha, no corpo social, a ideia que tal marca contribuiu para a evolucao da historia de maneira positiva, desenvolvendo a sociedade com simbolos que tenham contribuido para a arquitetura de determinada coletividade com, se nao heroismo, ao menos nao com fugacidade nem maldade.
Em psicologia experimental, Philip Zimbardo, um dos expoentes conhecido pelo experimento do aprisionamento de Stanford, universidade da qual e professor, trabalha com o problema da geracao do mal e e presidente da Heroic Imagination Project.
Zimbardo perscruta a atitude humana e a propensao para a pratica do mal (como polo negativo) estabelecendo uma dimensao arquitetonica-institucional como fundamento para a motivacao e poder. A partir da pergunta de como psicologos entendem a transformacao do carater humano, Philip Zimbardo classifica 2 correntes historicas:
- Disposicional - Propensao interna dos individuos
- Situacional - Externo
Alem destes 2, Zimbardo constitui na psicologia uma terceira dimensao, que e de suma importancia para a pratica da administracao (man-aging) e da comunicacao social como pratica indutiva de evolucao do campo cosmologico-semantico: A dimensado Sistemica, sendo esta a influencia que a arquitetura dos sistemas politicos, legais e economicos exerce sobre os individuos e grupos e seu devir. A partir da arquitetura institucional, grupos aumentam a propensao a determinados comportamentos, e tanto a aparicao do mal quanto a motivacao heroica podem ser influenciados por uma bem pensada arquitetura organizacional e da comunicacao social.
Tal e a importancia, agora em uma dimensao psicologica, da comunicacao social como pratica desenvolvimentista e atividade essencial em uma administracao competente que tenha em imanencia uma perspectiva temporal de longo prazo como pratica social nos ciclos economicos. Porque, segundo o publicitario David Ogilvy,
"O consumidor não e um pateta, ele e a sua esposa. Não minta para ela. Não deverias contar mentiras para sua esposa. Não as conte para a minha."
A construcao do complexo simbolo da marca e a anuencia do consumidor certamente sao mais perenes quando ha, no corpo social, a ideia que tal marca contribuiu para a evolucao da historia de maneira positiva, desenvolvendo a sociedade com simbolos que tenham contribuido para a arquitetura de determinada coletividade com, se nao heroismo, ao menos nao com fugacidade nem maldade.
Gestao Estrategica da Publicidade
A Publicidade, antes de ser uma atividade de comunicacao empresarial, era uma praxis a ser veiculada, como o radical alude, na res publica. A coisa publica, enquanto locus da coletividade, era debatida nas agoras, em sociedades com ideiais democraticos e totalitarizada em estados imperiais.
Atualmente a publicidade, aqui no Brasil, se confunde com propaganda, circunscrita aa esfera da comunicacao comercial e a servico do grande capital, sob pena de nao conseguir financiamento e faltar uma parte do tripe do triple botton line, o lucro.
Entretanto, uma comunicacao com intencao apenas de entretenimento, sem a geracao da motivacao pelo desenvolvimento da consciencia perceptiva e sem a criacao de mitos de honradez planetaria aliena o consumidor e gera a criacao de documentos como a Carta de Fortaleza, que a ABAP constituiu no ultimo encontro para debater as restricoes em propagandas infantis propostas pelo CONAR.
O Brasil, pela diversidade etnica, desigualdades sociais e singular matriz industrial e uma expressao quasi-planetaria para a expressao do codigo publicitario, e os premios internacionais conformam o fato.
A monografia analisara a publicidade sintaticamente, semanticamente e pragmaticamente, ou seja, forma, conteudo e contexto, utilizando como base teorica a filosofia da mente, analitica, linguagem e ciencia, a economia de caio prado jr e os fisiocratas, a inducao, crescimento e desenvolvimento, a emergencia do colarinho branco e David Ogilvy como expressao de uma mestria de uma epoca.
Atualmente a publicidade, aqui no Brasil, se confunde com propaganda, circunscrita aa esfera da comunicacao comercial e a servico do grande capital, sob pena de nao conseguir financiamento e faltar uma parte do tripe do triple botton line, o lucro.
Entretanto, uma comunicacao com intencao apenas de entretenimento, sem a geracao da motivacao pelo desenvolvimento da consciencia perceptiva e sem a criacao de mitos de honradez planetaria aliena o consumidor e gera a criacao de documentos como a Carta de Fortaleza, que a ABAP constituiu no ultimo encontro para debater as restricoes em propagandas infantis propostas pelo CONAR.
O Brasil, pela diversidade etnica, desigualdades sociais e singular matriz industrial e uma expressao quasi-planetaria para a expressao do codigo publicitario, e os premios internacionais conformam o fato.
A monografia analisara a publicidade sintaticamente, semanticamente e pragmaticamente, ou seja, forma, conteudo e contexto, utilizando como base teorica a filosofia da mente, analitica, linguagem e ciencia, a economia de caio prado jr e os fisiocratas, a inducao, crescimento e desenvolvimento, a emergencia do colarinho branco e David Ogilvy como expressao de uma mestria de uma epoca.
Francis Bacon e o Empirismo
A administracao e essencialmente uma arte ativa. Nao se gesta, no sentido latino original do termo, sem uma atitude indutiva, constituindo-se por pathos apos a deducao intuitiva ou cientifica cartesiana. O problema da inducao e basicamente o empirismo, e e liberalismo aas ultimas consequencias, para se chegar do particular ao universal, e nao partir do universal para o particular, o que gera no fim das contas uma excessiva estereotipizacao e iminencia conceitual. O empirista, ao contrario, parte do particular, da experiencia, e nao do raciocinio abstrato. Tal sao as diametralmente opostas teorias do conhecimento cientifico.
Francis Bacon, contemporaneo de Descartes, em seu Novum Organum, concebido como uma critica ao livro de Aristoteles Organum, sistematizou o metodo cientifico indutivo como esperiencia estruturada. Uma pequena sintese da classificacao e armadilhas estereotipas se segue:
No método indutivo, Bacon distingue a experiência vaga e a experiência escriturada. A primeira é a observação feita ao acaso. A segunda corresponde à observação metódica e aos experimentos. Ambas servem para o preparo das acima mencionadas "tábuas de investigação" que são três:
Presença. A tábua de presença registra o fenômeno em todas as circunstâncias em que ele se manifesta. O calor, por exemplo: deveriam ser anotados todos os casos em que ele se apresenta: luz do sol, labaredas do fogo, no sangue humano, etc.
Ausência. A tábua de ausência ou da negação, anota os fenômenos paralelos contrários: raios frios do luar, sangue frio de certos animais, etc.
Graduações. A tábua das graduações ou comparações anota possíveis correlações entre as modificações nos fenômenos em questão.
Os procedimentos experimentais de Bacon compreendiam: de variação, de prolongação, de transferência, de inversão, de compulsão, mudança de condições.
Variação. Consistia em fazer variar alguma das variáveis possíveis na experiência. Ex.: aumentar o peso do objeto que cai para verificar se influi na velocidade da queda.
Prolongação. O ímã atrai o ferro: pequenas partículas de ferro em mistura aquosa também seriam atraídas?
Transferência. A chuva faz as plantas crescerem: que influência teria o ato de regar que imitasse a chuva?
Inversão. Comprovando-se que o calor propaga-se por movimento ascendente, o frio propaga-se por movimento descendente?
Compulsão. Aumentando-se ou diminuindo-se as causas, os efeitos cessarão?
União. O gelo e o salitre, separadamente, resfriam os líquidos: que acontecerá se forem unidos? Mudança de condições. Uma combustão que ocorre em ambiente fechado, repetir-se-á da mesma forma se ocorrer ao ar livre?
Além dessas técnicas principais, Bacon mostra técnicas auxiliares na distinção de fenômenos ou prerrogativas:
Solitárias: prerrogativas em corpos iguais em tudo, diferindo com relação a somente uma característica.
Migrantes: casos em que uma qualidade manifesta-se repentinamente e desaparece: brancura da água espumosa, por exemplo.
Ostensivas: quando uma certa característica é particularmente evidente, como o peso do mercúrio.
Analógicas. Um fenômeno pode esclarecer outro.
Cruciais. Casos decisivos que obrigam o investigador a optar entre duas explicações diametralmente opostas, referentes ao mesmo fenômeno.
Sobre as fontes de erro, ainda quanto ao "Método", Bacon discute, no Livro I do Novo Organum, as causas do erro na busca do conhecimento. Ele aborda as falácias lógicas no raciocínio humano, de que fala Aristóteles, porém pelo aspecto psicológico de suas causas. Para se conseguir o conhecimento correto da natureza e descobrir os meios de torna-lo eficaz seria necessário ao investigador libertar-se daquilo que Bacon chama "Ídolos" ou engodos que levam a noções falsas, remetendo ao conhecimento positivista historico como uma falha ao estereotipar o conhecimento pelo mecanismo abstrato.
1. Ídolos da Tribo. São vícios inerentes à própria natureza humana, tal como o hábito de acreditar cegamente nos sentidos. As percepções obtidas mediante os sentidos são parciais. Elas levariam à percepção do universo de modo mais simples do que ele é na verdade. Também o vício de reduzir o complexo ao mais simples segundo uma visão que se restringe àquilo que é favorável, que é conveniente. Na Astrologia, por exemplo, ignora-se o que falha para ficar com as predições que resultaram conforme o esperado. Outro vício é a transposição. Na alquimia os alquimistas "humanizam" a atividade da natureza atribuindo-lhe antipatias e simpatias.
2. Ídolos da Caverna. São erros devidos à pessoa, não à natureza humana; trata-se de diferenças individuais de habilidade, capacidade. Alguns espíritos tem condições para assinalar as diferenças, outros, as semelhanças: outros indivíduos se detêm em detalhes, outros olham mais o conjunto, a totalidade; ambos tendem ao erro, embora de maneiras opostos .
3. Ídolos do Foro (ou do mercado). São erros implicados na ambigüidade das palavras; a linguagem é responsável. Uma mesma palavra tem sentidos diferentes para os interlocutores e isso pode levar a uma aparente concordância entre as pessoas . Esse pensamento de Bacon evoluiu até a filosofia da linguagem ou positivismo lógico do século XX.
4. Ídolos do Teatro. Tem suas causas nos sistemas filosóficos e em regras falseadas de demonstração. Esses sistemas são puras invenções, como peças de teatro. Ele fala, por exemplo, da vã afetação de certos filósofos.
O preceito da observância contra os ídolos é o início ou introdução ao método. É seu instrumento demolidor. Seu instrumento construtivo é a Indução: partindo-se dos fatos concretos, tais como se dão na experiência, ascende-se até as formas gerais, que constituem suas leis e causas.
Interessante notar que a guerra ideologica entre franceses e ingleses e talvez a mais fertil guerra de que tenho conhecimento ao longo dos seculos. Ja ha tempos os ingleses tem supremacia conceitual, e certamente seumetodo indutivo tem parte na gesta do povo anglo-saxao. Os Brasil, mais aquiescido com os franceses, tem muito a aprender, e tal metrologia empirica e a unica capaz de, a partir da miscigenacao antropofagica nacional, indutivamente construir heterodoxamente uma cosmologia moderna para a estrada do futuro de nossa civilizacao.
Francis Bacon, contemporaneo de Descartes, em seu Novum Organum, concebido como uma critica ao livro de Aristoteles Organum, sistematizou o metodo cientifico indutivo como esperiencia estruturada. Uma pequena sintese da classificacao e armadilhas estereotipas se segue:
No método indutivo, Bacon distingue a experiência vaga e a experiência escriturada. A primeira é a observação feita ao acaso. A segunda corresponde à observação metódica e aos experimentos. Ambas servem para o preparo das acima mencionadas "tábuas de investigação" que são três:
Presença. A tábua de presença registra o fenômeno em todas as circunstâncias em que ele se manifesta. O calor, por exemplo: deveriam ser anotados todos os casos em que ele se apresenta: luz do sol, labaredas do fogo, no sangue humano, etc.
Ausência. A tábua de ausência ou da negação, anota os fenômenos paralelos contrários: raios frios do luar, sangue frio de certos animais, etc.
Graduações. A tábua das graduações ou comparações anota possíveis correlações entre as modificações nos fenômenos em questão.
Os procedimentos experimentais de Bacon compreendiam: de variação, de prolongação, de transferência, de inversão, de compulsão, mudança de condições.
Variação. Consistia em fazer variar alguma das variáveis possíveis na experiência. Ex.: aumentar o peso do objeto que cai para verificar se influi na velocidade da queda.
Prolongação. O ímã atrai o ferro: pequenas partículas de ferro em mistura aquosa também seriam atraídas?
Transferência. A chuva faz as plantas crescerem: que influência teria o ato de regar que imitasse a chuva?
Inversão. Comprovando-se que o calor propaga-se por movimento ascendente, o frio propaga-se por movimento descendente?
Compulsão. Aumentando-se ou diminuindo-se as causas, os efeitos cessarão?
União. O gelo e o salitre, separadamente, resfriam os líquidos: que acontecerá se forem unidos? Mudança de condições. Uma combustão que ocorre em ambiente fechado, repetir-se-á da mesma forma se ocorrer ao ar livre?
Além dessas técnicas principais, Bacon mostra técnicas auxiliares na distinção de fenômenos ou prerrogativas:
Solitárias: prerrogativas em corpos iguais em tudo, diferindo com relação a somente uma característica.
Migrantes: casos em que uma qualidade manifesta-se repentinamente e desaparece: brancura da água espumosa, por exemplo.
Ostensivas: quando uma certa característica é particularmente evidente, como o peso do mercúrio.
Analógicas. Um fenômeno pode esclarecer outro.
Cruciais. Casos decisivos que obrigam o investigador a optar entre duas explicações diametralmente opostas, referentes ao mesmo fenômeno.
Sobre as fontes de erro, ainda quanto ao "Método", Bacon discute, no Livro I do Novo Organum, as causas do erro na busca do conhecimento. Ele aborda as falácias lógicas no raciocínio humano, de que fala Aristóteles, porém pelo aspecto psicológico de suas causas. Para se conseguir o conhecimento correto da natureza e descobrir os meios de torna-lo eficaz seria necessário ao investigador libertar-se daquilo que Bacon chama "Ídolos" ou engodos que levam a noções falsas, remetendo ao conhecimento positivista historico como uma falha ao estereotipar o conhecimento pelo mecanismo abstrato.
1. Ídolos da Tribo. São vícios inerentes à própria natureza humana, tal como o hábito de acreditar cegamente nos sentidos. As percepções obtidas mediante os sentidos são parciais. Elas levariam à percepção do universo de modo mais simples do que ele é na verdade. Também o vício de reduzir o complexo ao mais simples segundo uma visão que se restringe àquilo que é favorável, que é conveniente. Na Astrologia, por exemplo, ignora-se o que falha para ficar com as predições que resultaram conforme o esperado. Outro vício é a transposição. Na alquimia os alquimistas "humanizam" a atividade da natureza atribuindo-lhe antipatias e simpatias.
2. Ídolos da Caverna. São erros devidos à pessoa, não à natureza humana; trata-se de diferenças individuais de habilidade, capacidade. Alguns espíritos tem condições para assinalar as diferenças, outros, as semelhanças: outros indivíduos se detêm em detalhes, outros olham mais o conjunto, a totalidade; ambos tendem ao erro, embora de maneiras opostos .
3. Ídolos do Foro (ou do mercado). São erros implicados na ambigüidade das palavras; a linguagem é responsável. Uma mesma palavra tem sentidos diferentes para os interlocutores e isso pode levar a uma aparente concordância entre as pessoas . Esse pensamento de Bacon evoluiu até a filosofia da linguagem ou positivismo lógico do século XX.
4. Ídolos do Teatro. Tem suas causas nos sistemas filosóficos e em regras falseadas de demonstração. Esses sistemas são puras invenções, como peças de teatro. Ele fala, por exemplo, da vã afetação de certos filósofos.
O preceito da observância contra os ídolos é o início ou introdução ao método. É seu instrumento demolidor. Seu instrumento construtivo é a Indução: partindo-se dos fatos concretos, tais como se dão na experiência, ascende-se até as formas gerais, que constituem suas leis e causas.
Interessante notar que a guerra ideologica entre franceses e ingleses e talvez a mais fertil guerra de que tenho conhecimento ao longo dos seculos. Ja ha tempos os ingleses tem supremacia conceitual, e certamente seumetodo indutivo tem parte na gesta do povo anglo-saxao. Os Brasil, mais aquiescido com os franceses, tem muito a aprender, e tal metrologia empirica e a unica capaz de, a partir da miscigenacao antropofagica nacional, indutivamente construir heterodoxamente uma cosmologia moderna para a estrada do futuro de nossa civilizacao.
A luta contra o enfeiticamento da linguagem
Wittgenstein
"Um nome representa uma coisa, outra coisa, e estao ligados entre si de tal modo que o todo, como quadro vivo, representa o estado de coisas."
Em outros termos, haveria um paralelismo completo entre o mundo dos fatos reais e as estruturas de linguagem. Nesse sentido, ou seja, na medida em que uma proposicao e uma figuracao da realidade, deve haver nela tantos elementos a serem distinguidos quantos os que existem no estado de coisas afigurado; deve haver uma mesma multiplicidade logica ou matematica entre a figuracao e o que e afigurado. Dessa fora, define-se como forma de representacao aquilo que existe de comum entre a figuracao e o afigurado, e a possibilidade de que as coisas no mundo estejam relacionadas, como o estao os elementos da figuracao, e denominada forma da realidade. Desse modo, uma vez que sao figuracoes, as sentencas possuem a mesma forma da realidade que afiguram.
Mas, embora uma sentenca possa afigurar a realidade, ela nao e capaz, no entanto, de faze-lo no que respeita aa sua propria forma de representacao. Se deve haver algo de identico na figuracao e no afigurado a fim de que uma possa ser a figuracao do outro, entao a forma logica (ao mesmo tempo formada realidade) que todas as figuracoes devem possuir, nao pode ser afigurada por nenhuma figuracao. Caso contrario, cair-se-ia em uma regressao ao infinito, ou seja, seria necessario supor uma segunda linguagem que representaria a primeira, e assim sucessivamente. Por essa razao, Wittgenstein conclui que todo o problema da filosofia reduz-se apenas aa distincao entre o que pode ser dito por meio de proposicoes, isto e, mediante a unica linguagem que existe, e o que nao pode ser dito, apenas mostrado.
A linguagem funciona em seus usos, nao cabendo, portanto, indagar sobre os significados das palavras, mas sobre suas funcoes praticas. Estas sao multiplas e variadas, constituindo multiplas linguagens que sao verdadeiramente formas de vida. Em outros termos, poder-se-ia dizer que o correntemente chamado linguagem e, na verdade, um conjunto de "jogos de linguagem", entre os quais poderiam ser citados seus empregos para indagar, consolar, indignar-se, ou descrever. Wittgenstein compara os jogos delinguagem a ferramentas utilizadas pelo operario, que isa o martelo para martelar, o serrote para serrar, e assim por diante. Da mesma forma, nao ha, para Wittgenstein, uma unica funcao comum das expressoes da linguagem. O que se pode dizer que existe sao certas semelhancas, ou, nas palavra sdo proprio Wirrgenstein, certo "ar de familia", certos parentescos que se combinam, se entrecruzam, se permutam. Nao se pode definir eatamente o que seja um "jogo de linguagem", a nao ser atraves da comparacao entre os tracos semelhantes e definitivos de uma serie de jogos. Com essa colocacao do problema, Wittgenstein aproxima-se muito do estruturalismo desenvolvido por Saussure (1857-1913).
A filosofia deve ensinar ao homem apenas como "ver" as questoes; somente "por aa vista" as perplexidades resultantes do esquecimento das razoes pelas quais se utilizam certos conceitos. Em suma, a filosofia e uma permanente "luta contra o enfeiticamento da linguagem".
"Um nome representa uma coisa, outra coisa, e estao ligados entre si de tal modo que o todo, como quadro vivo, representa o estado de coisas."
Em outros termos, haveria um paralelismo completo entre o mundo dos fatos reais e as estruturas de linguagem. Nesse sentido, ou seja, na medida em que uma proposicao e uma figuracao da realidade, deve haver nela tantos elementos a serem distinguidos quantos os que existem no estado de coisas afigurado; deve haver uma mesma multiplicidade logica ou matematica entre a figuracao e o que e afigurado. Dessa fora, define-se como forma de representacao aquilo que existe de comum entre a figuracao e o afigurado, e a possibilidade de que as coisas no mundo estejam relacionadas, como o estao os elementos da figuracao, e denominada forma da realidade. Desse modo, uma vez que sao figuracoes, as sentencas possuem a mesma forma da realidade que afiguram.
Mas, embora uma sentenca possa afigurar a realidade, ela nao e capaz, no entanto, de faze-lo no que respeita aa sua propria forma de representacao. Se deve haver algo de identico na figuracao e no afigurado a fim de que uma possa ser a figuracao do outro, entao a forma logica (ao mesmo tempo formada realidade) que todas as figuracoes devem possuir, nao pode ser afigurada por nenhuma figuracao. Caso contrario, cair-se-ia em uma regressao ao infinito, ou seja, seria necessario supor uma segunda linguagem que representaria a primeira, e assim sucessivamente. Por essa razao, Wittgenstein conclui que todo o problema da filosofia reduz-se apenas aa distincao entre o que pode ser dito por meio de proposicoes, isto e, mediante a unica linguagem que existe, e o que nao pode ser dito, apenas mostrado.
A linguagem funciona em seus usos, nao cabendo, portanto, indagar sobre os significados das palavras, mas sobre suas funcoes praticas. Estas sao multiplas e variadas, constituindo multiplas linguagens que sao verdadeiramente formas de vida. Em outros termos, poder-se-ia dizer que o correntemente chamado linguagem e, na verdade, um conjunto de "jogos de linguagem", entre os quais poderiam ser citados seus empregos para indagar, consolar, indignar-se, ou descrever. Wittgenstein compara os jogos delinguagem a ferramentas utilizadas pelo operario, que isa o martelo para martelar, o serrote para serrar, e assim por diante. Da mesma forma, nao ha, para Wittgenstein, uma unica funcao comum das expressoes da linguagem. O que se pode dizer que existe sao certas semelhancas, ou, nas palavra sdo proprio Wirrgenstein, certo "ar de familia", certos parentescos que se combinam, se entrecruzam, se permutam. Nao se pode definir eatamente o que seja um "jogo de linguagem", a nao ser atraves da comparacao entre os tracos semelhantes e definitivos de uma serie de jogos. Com essa colocacao do problema, Wittgenstein aproxima-se muito do estruturalismo desenvolvido por Saussure (1857-1913).
A filosofia deve ensinar ao homem apenas como "ver" as questoes; somente "por aa vista" as perplexidades resultantes do esquecimento das razoes pelas quais se utilizam certos conceitos. Em suma, a filosofia e uma permanente "luta contra o enfeiticamento da linguagem".
Assinar:
Comentários (Atom)

